• Matéria: Português
  • Autor: renatalima12
  • Perguntado 8 anos atrás

Escreva uma narração cujo protagonista, levado pelo medo, envolva-se numa situação comica ou desagradável. Narre em primeira Pessoa. No minino 15 linhas e no máximo 30

Respostas

respondido por: Yomvi
6
A minha mão tremia. Não soube durante minutos e minutos, tantos minutos que nem posso lembrar quantos, se devia abrir a porta ou aguardar a que o corpo da minha amada se espreguiçasse e abrisse a janela. Já amanhecera e eu fora capaz de permanecer ali apesar do frio do fim da noite. Porque a amava. Porque com o seu cheiro, simplesmente o seu cheiro perfumado, eu podia contar-me histórias sem parar. Mas já não era possível aguardar mais. Quem ama tem a obrigação de mostrar-se à luz do dia e, dizem uns escritores lá fora que não lembro, a fortuna ajuda aos valentes. Eu sou valente. Eu estou mesmo namorado. Empurro devagarinho a porta. A escuridão não deixa ver, mas posso ulir, com meridiana frescura, o perfume de Clarinda. Seria quem de distingui-lo a dois quilómetros. Seria capaz de engarrafá-lo, como se fosse um génio do deserto, e olhar para ele o resto da minha vida, e curaria-me se estiver doente, e alegraria os meus olhos se estiver triste... Não, já não fazia sentido esperar mais. Alonguei o meu braço até pegar na curva de Clarinda, a minha amada, que semelhava espertar sensual dum sonho de horas. A minha mão percorreu-o com tato amoroso enquanto me enchia duma mestura de felicidade e excitação histérica. Tal era o desejo. Com os dedos tinha que procurar a boca e ela comprenderia, já para sempre, que o nosso amor era imortal. Subi pela fina pele dos lábios, que começavam a se abrir, e chegue por fim ao seu bigode.
Bigode?

-Ó Clarinda! A avoínha pus o teu albornoz porque apanhei frio no jantar... Lembra soltar os porcos! E esperta o babaquinha de teu primo, se não ficou a durmir definitivamente na casa de banho...
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