• Matéria: História
  • Autor: daniaugustin
  • Perguntado 8 anos atrás

Qual motivo levou filipe II ao trono português?

Respostas

respondido por: tefinhamuitogat
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Um dos seus triunfos políticos foi obter a união ibérica, fazendo valer seus direitos de sucessão em 1581 nas Cortes de Tomar, que têm lugar no Convento de Cristo. A política matrimonial prévia das dinastias reinantes facilitara esta união.

Depois da morte do rei D. Sebastião na batalha de Alcácer Quibir, ao ser aclamado rei o cardeal D. Henrique, decrépito, investiu os meios e dinheiro para ganhar ao seu partido a corte de Portugal[carece de fontes].

Sete pretendentes disputavam a posse do reino quando morreu o rei em 1580, mas apenas cinco baseavam as suas pretensões em fundamentos aceitáveis:

D. Catarina de Portugal, duquesa de Bragança, filha legítima do infante D. Duarte de Portugal.D. Filipe II filho da primogênita do rei Manuel I, com seu marido Carlos V;Emanuel Felisberto de Saboia, duque de Saboia, filho da infanta Beatriz de Portugal (filha do mesmo rei D. Manuel I) e de seu esposo o duque de Saboia;António, prior do Crato, filho do infante D. Luís, sendo este filho do mesmo rei D. Manuel;Rainúncio I Farnésio, duque de Parma, neto por parte de mãe do infante D. Duarte, filho do mesmo rei D. Manuel;

Os que menos direito mostravam eram Catarina de Médici, rainha de França, descendente de D. Afonso III e da sua primeira esposa a condessa Matilde de Bolonha, e o papa, herdeiro natural dos cardeais, que entendia portanto dever usufruir o reino que um cardeal governava assim como podia usufruir uma quinta de que fora possuidor. Dos cinco que apresentavam títulos valiosos, só três disputavam seriamente a coroa: Filipe II, o prior do Crato e a duquesa de Bragança.

O reino de Portugal ficara entregue a cinco governadores dependentes dos Habsburgo, os quais hesitavam em reconhecer Filipe como Rei. Este se dispôs a conquistar Portugal pelas armas. O prior do Crato se fizera aclamar em Santarém, mas dispunha de poucas tropas. Filipe reuniu exército, entregou-o ao Duque de Alba; confiou ao Marquês de Santa Cruz o comando da esquadra, e conservou-se próximo da fronteira de Badajoz. Alba marchou sobre Setúbal; conquistando o Alentejo, atravessou para Cascais na esquadra do Marquês de Santa Cruz, marchou sobre Lisboa, derrotou o prior do Crato na batalha de Alcântara a 4 de agosto de 1580, perseguiu-o até à província do Minho, e preparou enfim o reino para receber a visita do seu novo soberano.

Filipe não procurou intervir na política interna de Portugal e entregou o governo do país a um homem de sua confiança, o Duque de Alba. Além de ser filho de mãe portuguesa, Filipe fora educado por cortesões portugueses nos primeiros anos de vida. Filipe, em 9 de dezembro de 1580, atravessou a fronteira, entrou em Elvas, onde se demorou dois meses recebendo os cumprimentos dos novos súditos. Dos primeiros que o veio saudar foi o duque de Bragança. A 23 de fevereiro de 1581 Filipe II saiu de Elvas, atravessou triunfante e demoradamente o país, e a 16 de março de 1581 entrou em Tomar, para onde convocara cortes. Distribuiu recompensas, ordenou suplícios e confiscos, e recebeu a noticia de que todas as colónias haviam reconhecido a sua soberania, exceptuando a Ilha Terceira, onde se arvorara a bandeira do prior do Crato, ali jurado rei de Portugal a 16 de abril de 1581. Nas cortes, prometeu respeitar os foros e as isenções e nunca dar para governador ao país senão um português ou um membro da família real. Expediu de Lisboa tropas que subjugaram a ilha Terceira, em que D. António fora auxiliado pela França, e partiu para Espanha depois da vitória naval de Vila Franca, em que o Marquês de Santa Cruz destroçou a esquadra francesa em 26 de julho de 1582, obtendo a submissão da ilha.

Nomeando para vice-rei de Portugal seu sobrinho, o cardeal-arquiduque Alberto de Áustria, e depois lhe ter agregado um conselho de governo e de ter nomeado os membros do conselho de Portugal, partiu finalmente a 11 de fevereiro de 1583.

A nova monarquia, associada aos interesses da rama austríaca dos Habsburgo, dominava a península Ibérica, Nápoles, Sicília, Milão, Sardenha, Bélgica, Holanda e Luxemburgoatuais e partes da França; na Ásia, Filipinas e feitorias na Índia, Pérsia, China, Indochina, Arábia; na África, as guarnições de Ceuta, Melilha, Mazalquivir, Orão, Sidi Ifni, Bizerta, La Goleta, Casablanca, Mazagão e Ilhote de Vélez de la Gomera,Angola, Moçambique, Madeira, Cabo Verde, São Tomé e Príncipe, Canárias, toda a América menos algumas ilhas das Antilhas, parte dos atuais Estados Unidos e o Canadá, e terras na Guiana; na Oceânia, as Molucas, Ilha de Páscoa, Ilhas Marianas (atuais Ilhas Marianas do Norte e Guam) e Ilhas Carolinas (atuais Ilhas Palau, Estados Federados da Micronésia, Ilhas Marshall e Ilhas Gilbert.

No Brasil português, a "Cidade Real de Nossa Senhora das Neves" fundada em 1585, e hoje denominada "João Pessoa" capital do Estado da Paraíba, em 1588 adquiriu o nome de "Filipéia de Nossa Senhora das Neves", em homenagem ao rei Filipe.

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