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Na Ilha do Marajó, perto da foz do rio Amazonas, surgiu há mais de três mil anos uma civilização que convivia com excelentes objetos de barro. A cerâmica produzida por este povo pode ser divida entre vasos domésticos (mais simples e sem superfície decoradora) e cerimoniais (com uma decoração mais elaborada, resultante da pintura dicromática ou policromática de desenhos feitos com incisões na cerâmica e de desenhos em relevo).
Atualmente, diversas peças da cerâmica marajoara podem ser encontradas em museus pelo Brasil, Nova Iorque e Genebra. No entanto, seu maior acervo está presente no Museu Emílio Goeldi, em Belém.
Dentre os outros objetos da cerâmica marajoara, tais como bancos, colheres, apitos e adornos para orelhas e lábios, as estatuetas representando seres humanos despertam um interesse especial, porque levantam a questão da sua finalidade. Ou seja, os estudiosos discutem ainda se eram objetos de adorno ou se tinham alguma função cerimonial. Essas estatuetas, que podem ser decoradas ou não, reproduzem as formas humanas de maneira estilizada, pois não há preocupação com uma imitação fiel da realidade.
Estatueta cerâmica encontrada em aterro cemitério, Museu Paraense Emílio Goeldi.
A diferença no cuidado de produção, em comparação com a de povos vizinhos, nos leva a supor que a cerâmica no estilo Marajoana surgiu de grupos provenientes do noroeste da América do Sul, no sopé dos Andes, onde foram encontradas cerâmicas (chamadas pré-colombianas) semelhantes às amazônicas.