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Olá Gabrielly, tudo bem?
Marilena Chauí segue uma corrente filosófica que se alinha à “Escola de Frankfurt” e à Teoria Critica da sociedade proposta por eles.Esse grupo de intelectuais buscava pensar a sociedade em sua totalidade. Em outras palavras, pensar como o capitalismo agia na economia, na cultura, na psicologia e em cada parte da sociedade européia desse momento.
Para a autora, o cinema e os filmes são obras do pensamento, não apenas da imaginação. É um espaço de ensino onde se aprende a ser, agir, conhecer, que pode nos tornar mais humanos e menos “maquinas”, já que é do sentir, perceber e vivenciar que surgem as idéias.
O cinema - assim como as outras artes – é expressão da realidade que permite nos retirarmos de nossos “contextos cotidianos” e entrarmos em contato direto com ela em outras dimensões. O cinema é arte, e a arte é uma possibilidade de conhecer a realidade e lembrar de tudo aquilo que existe mas que nos esquecemos no dia a dia,como se abríssemos uma porta e enxergássemos a realidade e o mundo. E até mais alem,como novos jeitos de olhar, pensar, sentir, viver e ser no mundo.
Como o livro e as obras de arte, o cinema pode distanciar alguém do presente, tornar o distante próximo, brincar com o limite entre real e irreal, verdade e fantasia, reflexão e esquecimento. A expressão pode se manifestar independente de etnia, religião, gênero ou classe social. Por isso mesmo ele seria “a arte democrática de nosso tempo”.
Se o cinema veio da foto que ganhou movimento e som, como diz a autora, se o cinema vem dessa maneira do mundo, não se pode construir uma realidade acabada e única, mas inúmeras, cheias de possibilidades e multiplicidades. Ele é capaz de captar e criar realidades que só poderiam existir nos sonhos.
Mas ela sempre tem em mente que o cinema ainda é uma indústria, e que como tal, preocupa-se com o mercado, o lucro, a moda, o consumo. Ela esta sempre consciente de que há uma “critica” ao seu ponto, tanto ao positivo quanto ao negativo.
A grande questão da autora é: que tipo individuo (e sociedade) queremos construir daqui para frente?