• Matéria: História
  • Autor: sophiasantos333
  • Perguntado 8 anos atrás

tudo que devo saber sobre império romano e o fim do Império Romano para a prova

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respondido por: GiselleCamilla
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A queda do Império Romano se deveu a uma desestruturação econômica, social e cultural, iniciada em meados do século III da Era Cristã, que fragilizaram Roma, tornando-a vulnerável às invasões de outros povos, conhecidos como povos bárbaros, o que conduziu o sistema à sua total aniquilação no século V.

O declínio de Roma se deveu a um declínio econômico, cultural e militar.

Declínio econômico

O sistema econômico romano era pautado na escravidão como sistema de produção referido aos latifúndios – grandes propriedades de terra. Os produtos, por sua vez, eram comercializados nas cidades e no mercado internacional. Com os grandes lucros para os latifundiários e comerciantes, o governo obtinha uma volumosa arrecadação fiscal, gerando, assim, recursos financeiros suficientes para custear não só as despesas administrativas, mas também com o custeio dos legionários, cuja  função de promover guerras de conquistas e expedições estrangeiras, terminavam por abastecer Roma com escravos, permitindo, assim, o funcionamento do sistema econômico.

A partir do século III, observamos a crise do sistema econômico de Roma em razão da crise de produção ocasionada pela redução do número de escravos. Com a divisão dos latifúndios em pequenas propriedades, a manutenção de escravos se tornava cada vez mais custosa: muitas vezes, os gastos com a alimentação e vestuário dos escravos terminavam por consumir toda a produção, nada restando em termos de lucro, impedindo, assim, o investimento na manutenção de aquisição de escravos para trabalhar, culminando com a redução na produção, culminando em um círculo vicioso de redução de escravos – baixa produção – altos custos – menos lucro.

Por força desse conjunto de motivos, os proprietários de terras recorreram ao sistema de arrendamento para buscar uma saída para a crise. Com esse sistema, os trabalhadores passaram a sustentar-se com os produtos de seu trabalho, cultivando uma gleba de terra arrendado pelo proprietário, que também dava casa a esses trabalhadores. Em contrapartida, os trabalhadores, para recompensar o proprietário pelos benefícios obtidos, eram obrigados a trabalhar alguns dias durante a semana nas terras desse. Dessa forma, muitos escravos deixaram sua condição para se tornarem colonos. Todavia, muitos trabalhadores livres e independentes, em função da crise, foram rebaixados a essa condição de colonos, alguém que não era livre por estar preso à terra. Com isso, a cidade deixa de ser o centro da vida romana, haja vista a grande migração de plebeus urbanos para o campo, com vistas a se tornarem colonos, fugindo dos problemas oriundos da crise política e militar romana. A economia, ruralizada, permitiu o surgimento de unidades de produção autônomas do resto da sociedade; surgem as vilas, construções protegidas por muros e fossos, onde habitavam o senhor e seus dependentes. O senhor era o responsável por garantir a segurança de todos, dirigindo a vida política, econômica e militar de sua propriedade e daqueles que nela habitavam e laboravam.

Em contrapartida, houve, em função dessa crise, uma massiva inflação, promovida pelos imperadores, que emitiam moeda para compensar a falta de circulação econômica, destruindo a moeda corrente, tornando nulo o cálculo econômico a longo prazo, haja vista a desvalorização diuturna da moeda que tornava imprevisível o retorno dos investimentos, e conseqüentemente a acumulação de capital. O lucro era cada vez mais difícil e o acúmulo de capital era inútil, pois esse se consumia sozinho, pela altíssima inflação. A emissão de dinheiro, com vistas a permitir o fluxo de produtos e a produção, gerou o excesso de moeda com escassez de bens: os comerciantes e produtores aumentavam os preços dos seus bens muito mais do que os salários podiam acompanhar: o dinheiro valia cada vez menos e as pessoas compravam também cada vez menos. A inflação tornou a lucratividade ainda mais difícil, resultando, assim, num colapso geral do sistema de produção e comércio em larga escala, bem como a destruição da divisão do trabalho até então vigente e o êxodo urbano: a migração da população para o campo.

 Declínio Político-Cultural

A naturalização de alguns povos bárbaros e o contato com outras culturas fez com que os romanos, insatisfeitos com a crise, começassem a por em xeque o poder divino dos imperadores, levando-os a concluir que a força desses estava referida ao poderio militar. Com isso, o exército passou a exigir melhores salários e o Império, para atender a essas demandas, emitia mais dinheiro para pagar aos soldados, o que enfraqueceu a máquina estatal.

 O Império, sem condições de custear a máquina estatal, começou um processo de descentralização administrativa, atribuindo competência aos senhores para cobrar os impostos. Esse processo de ruralização da economia, aliada à descentralização administrativa e política do Império foi o primeiro passo para a instituição do sistema feudal, que vigorou em seu apogeu na Idade Média.

 Declínio Militar

 

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