• Matéria: Psicologia
  • Autor: carvâo
  • Perguntado 9 anos atrás

razão que freud de  ter abordado a hipnose e ter adotado associação livre?

Respostas

respondido por: SamejSpenser
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Depois que Freud teve o primeiro contato com a hipnose através de Josef Breuer, ele “aprendeu” a utilizá-la com Jean-Martin Charcot, no tempo que passou em La Salpêtrière, considerada a “Grande Escola de Hipnotismo da França”, (devido à imensa autoridade de Charcot como neurologista). Acontece que Charcot tinha uma metodologia hipnótica que não ajudou muito ao que Freud precisava: Charcot nunca hipnotizou ninguém, não tinha prática com o hipnotismo[1]; quem sempre hipnotizava as mesmas três pacientes (histéricas) do hospital psiquiátrico, eram (sempre) seus três auxiliares!
 
Freud abandonou a hipnose por SE julgar um péssimo hipnotizador, (ele assumiu sua inabilidade)[2]. Porém, ele aprendeu o método hipnótico de Nancy, (considerada a “Pequena Escola de Hipnotismo da França”), com Hyppolyte Bernheim e Ambroise-Auguste Liébeault. Bernheim e Liébeault utilizavam a hipnose através do método sugestopédico, (diferentemente de Charcot, que utilizava a hipnose “neurologicamente”, através de toques e/ou pressões em determinados pontos no corpo do sujeito)[3].

Mas gostaria de finalizar esta resposta, citando um trecho do livro “Guia Prático de Hipnose”, de autoria de Horacio Ruiz, na página 92:

“Sigmund Freud, pai da psicanálise, estudou a hipnose na Universidade de Nancy com os mestres do moderno hipnotismo Bernheim e Liébeault, e com o professor Charcot, eminente neurologista de La Salpêtrière. Inicialmente, Freud utilizou a hipnose no tratamento contra a neurose, mas depois a abandonou. Porém, teve a honestidade profissional de reconhecer que ‘nunca se ponderará o bastante a importância do hipnotismo para a história da gênese da psicanálise. Tanto em seu sentido teórico quanto terapêutico, a psicanálise administra uma herança que o hipnotismo lhe transmitiu’.”, (itálicos meus).

[1] SOLOVEY, Galina, M.D., “A Hipnose de Hoje”, 6ª Edição, pág. 31.

[2] BREUER, Josef e FREUD, Sigmund, “Estudos sobre a histeria”, Vol. II, pág. 102, (versão em PDF).

[3] WEISSMANN, Karl, “O HIPNOTISMO — Psicologia, Técnica e Aplicação”, pág. 61, (versão em PDF).


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