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No Brasil, desde a colonização, há um processo de sincretismo, em que a cultura da nação sofre influência africana, europeia e indígena. Entretanto, devido ao eurocentrismo – grande valorização e hegemonia das tradições e das características do povo europeu – e ao papel do português como colonizador há, até hoje, uma exaltação de tudo que vem do branco e desprezo e preconceito pelo que é de origem negra, tornando um país de fortes influências africanas, racista, que mesmo ciente de tal flagelo, permanece excludente ao longo dos séculos.
Com o passado histórico brasileiro demarcado pela opressão étnica, o racismo, gerador de violência, ódio e discórdia, tornou-se um fator cultural de extrema prevalência no país e, por isso, deve ser urgentemente, combatido. Segundo Nelson Mandela: “Ninguém nasce odiando outra pessoa pela cor de sua pele, por sua origem ou ainda por sua religião. Para odiar, as pessoas precisam aprender, e se podem aprender a odiar, podem ser ensinadas a amar”. A partir dessa afirmação de um dos símbolos da luta contra a segregação de raças, há a comprovação de que a grande questão do preconceito é que valores de aversão à diversidade são doutrinados na sociedade e, para reverter a atual situação, é necessária uma mudança educacional que promova a igualdade e a harmonia.
Em virtude dessa discriminação amplamente difundida, a sociedade brasileira, em sua maioria, demonstra uma certa ojeriza pela produção cultural negra e pela estética da etnia, o que é explícito e reforçado pela mídia. Nos meios de comunicação de massa, como o cinema, a televisão e a internet, é visível a falta de espaço para a produção de origem afrodescendente e a ausência de papéis – principalmente de protagonistas – em filmes, séries e novelas para atores negros. Contudo, quando existem personagens disponíveis, são usados para a construção de estereótipos preconceituosos, a exemplo de negros retratados como criminosos ou trabalhadores de subempregos.
Fica evidente a necessidade de ação para a mudança do atual contexto de desigualdades entre raças, que continua assolando o país. Portanto, o Ministério da Educação deve realizar a inserção de tópicos fundamentais no currículo escolar para a formação cidadã, de modo a introduzir o estudo da história dos povos africanos – essencial para o entendimento da construção sincretista brasileira – e também deve ser discutido nas aulas de Sociologia a importância do negro na sociedade e o seu legado cultural. Além disso, o Ministério da Cultura deve usar de seus recursos para ampliar o incentivo à produção artística afrodescendente, que por meio de discussões inovadoras e personagens diferenciados, promova a diversidade da cultura e a desconstrução da imagem estereotipada que difama o negro.
Poucas linhas mais é o suficiente! Espero que goste.