Respostas
1) O atual panorama do trânsito nacional é considerado uma “epidemia”. Por qual motivo?
Sim, uma doença epidêmica negligenciada pelas autoridades. Os motivos são múltiplos. Pelos fatores de riscos presentes no trânsito e transporte capazes de produzirem doenças psicológicas, agudizar doenças psiquiátricas, doenças osteoneuromusculares, perda auditiva que pode chegar à surdez, doenças cardiopulmonares além das múltiplas lesões que chegam aos hospitais causadas por acidentes. Falamos em doença epidêmica porque ocorreram no Brasil, em 2012, 60.000 óbitos, 350.000 sequelados por acidentes de trânsito. Na cidade de São Paulo 10.000 óbitos em decorrência de doenças produzidas pela poluição ambiental.
Enquanto o Ministério da Saúde combate o mosquito da Dengue que causa doença epidêmica, no trânsito, o que é feito não tem consistência, tem início e simplesmente fim. O Ministério da saúde para conter a epidemia da Dengue atua em todo o país com equipes treinadas para o combate a larva do mosquito, equipes essas que vão de casa em casa, de caixa d'água em caixa d'água para exterminar com larvas. Já no nosso trânsito não temos essa atenção. A doença no trânsito prevalece e cada vez se expande mais em função da falta de prevenção.
Para conhecimento e confirmar a negligência citada mostramos estatísticas de mortes por dengue e trânsito:
Em 22 anos de combate à dengue, tivemos apenas 6.337 óbitos.
Em 14 anos morreram no trânsito 518.000 indivíduos.
Isso comprova de maneira insofismável que o governo transita na contramão das nossas necessidades.
2) Como são avaliadas as atuais práticas de fiscalização e punição para os crimes cometidos no trânsito?
Mudanças radicais por conta do ministério da justiça e legisladores têm que aflorar trazendo para nossa realidade atos que responsabilize o homem enquanto pedestre, motorista, ciclista, motociclista, caminhoneiro. Lesionar e matar são crimes, no trânsito a arma é a máquina e como tal o responsável deve ser punido severamente. Temos que deixar de lado o crime culposo (sem a intenção de matar) já que quem tem uma arma na mão (o veículo) pode matar.
Não existem recursos humanos nos órgãos de fiscalização compatíveis com as necessidades, em consequência o que predomina são os registros dos equipamentos eletrônicos, que documentam apenas o excesso de velocidade. Não é só esse fator responsável pelos nossos acidentes, álcool, drogas, fadiga, sono, desatenções por uso de tecnologia introduzida no veículo precisam ser documentadas por fiscalização eficiente.
Em curto prazo, julgamos serem a fiscalização e punição severa as necessidades imediatas.
3) A emissão de poluentes atmosféricos gerados pelo trânsito pode causar danos à saúde? Existe algum estudo sobre isso? Qual? O que ele diz?
Sim, estudos do Hospital das Clínicas de São Paulo mostram que cerca de 10.000 indivíduos morrem por ano na cidade de São Paulo devido à poluição ambiental. Rinites, traqueítes, bronquites, doença pulmonar obstrutiva crônica são comuns. Respirar o ar de São Paulo é como se estivesse fumando. O que é inalado, como no cigarro, cai na circulação e percorre os diversos órgãos e tecidos podendo causar doenças neoplásicas (câncer), queda da imunidade deixando o indivíduo susceptível a doenças infecciosas as mais variáveis e muitas outras patologias.