• Matéria: Inglês
  • Autor: joycepetter
  • Perguntado 8 anos atrás

resumo do filme "annabelle" (o annabelle 1).

Respostas

respondido por: yanbreno81
15
boneca que é possuida por um espírito/demônio fica a seu critério que deseja atormentar as pessoas bom melhor resumo que me vem a cabeça kkk
respondido por: BRUNOFRANÇASANTANA
26

Os filmes de terror refletem os medos das sociedades que os produzem. E havia poucas coisas mais assustadoras para a América branca e conservadora, no final dos anos 1960 e começo dos 1970, do que ver seus filhos e filhas se tornando hippies e saindo por aí pregando a paz e o amor e experimentando drogas. Esse é o subtexto do filme Annabelle, derivado do sucesso Invocação do Mal (2013), feito para passarmos o tempo enquanto não chega o Invocação do Mal 2. É um típico projeto da Hollywood atual e sua mania por franquias, dedicado a explicar algo que não precisava ser explicado, a origem da boneca macabra vista por cinco minutos no longa de 2013.

Annabelle começa fazendo uma breve recapitulação do início de Invocação do Mal, quando víamos a boneca pela primeira vez, e depois parte para a história. Estamos em 1970 e os Estados Unidos ainda estão sob o impacto dos crimes da Família Manson – em 1969 os seguidores do maníaco Charles Manson mataram a atriz Sharon Tate, esposa do cineasta Roman Polanski, e outros convidados de uma festa num crime sangrento que chocou o país, e um noticiário de TV em Annabelle faz questão de nos situar nesse contexto histórico. De repente pessoas que nunca trancaram as portas de casa começaram a fazê-lo. Os crimes da Família Manson, junto com o show dos Rolling Stones em Altamont em 1969 no qual um membro da plateia foi morto, representaram o fim do sonho hippie. “Paz e amor” se transformaram em violência e medo.

Em meio a esse contexto conhecemos o casal protagonista do filme. Mia (Annabelle Wallis, uma atriz que deve ter sido escolhida para o papel pelo nome) e John (Ward Horton) vivem na Califórnia e estão esperando seu primeiro bebê. Ele é médico, ela dona de casa e colecionadora de bonecas. É John quem dá a Mia a boneca Annabelle de presente – ela chega dentro de uma caixa grande que remete a um caixão, e já parece assustadora mesmo antes de ser possuída. Então uma noite, algo aterrorizante acontece com os vizinhos do casal. E a filha enlouquecida destes, chamada Annabelle Higgins, que partiu para se juntar a um culto semelhante ao de Manson, acaba estabelecendo uma ligação com a boneca…

Fatos estranhos então começam a acontecer e persistem mesmo quando o casal se muda para um prédio de apartamentos. Logo começam as aparições de uma figura demoníaca e de um berço preto – ecos de O Bebê de Rosemary (1968) de Polanski. Aliás, o próprio nome da personagem Mia é uma referência à Mia Farrow, a Rosemary do filme sessentista. O objeto de desejo das aparições é o filho do casal, cuja vida passa a ser ameaçada.

O diretor John R. Leonetti e o roteirista Gary Daubermann criam um filme de atmosfera e com pouco sangue, e onde a tensão é construída aos poucos como em filmes marcantes daquela época, como o próprio Bebê de Rosemary e Terror em Amityville (1979) – como em Amityville, um padre tem papel de destaque em Annabelle.Leonetti foi diretor de fotografia em Invocação do Mal e nos dois capítulos de Sobrenatural, todos dirigidos por James Wan, que em Annabelle assume a função de produtor. Leonetti é irmão do grande diretor de fotografia Matthew F. Leonetti que, entre outros trabalhos, filmou Poltergeist: O Fenômeno (1982).

Então, de terror o diretor entende e faz muitas coisas da forma correta. A melhor cena do filme – estragada pelo trailer – é a tomada que enquadra nosso casal protagonista dormindo na cama e o quarto dos vizinhos visto pela janela. A câmera se aproxima da janela e algo terrível acontece no outro quarto, e a câmera mostra isso sem cortes. Além disso, há outros grandes momentos filmados de forma eficaz por Leonetti. Toda a sequência do elevador que se abre sempre no mesmo andar também é bem construída e o susto mais memorável do filme envolve uma aparição cruzando uma porta.


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