• Matéria: ENEM
  • Autor: mikhaelneves9898
  • Perguntado 8 anos atrás

enem 2015extraído da obra “A Senhora”. Quem não se recorda de Aurélia Camargo, que atravessou o firmamento da corte como brilhante meteoro e apagou-se de repente no meio do deslumbramento que produzira seu fulgor? Tinha ela dezoito anos quando apareceu a primeira vez na sociedade. Não a conheciam; e logo buscaram todos com avidez informações acerca da grande novidade do dia. Dizia-se muita coisa que não repetirei agora, pois a seu tempo saberemos a verdade, sem os comentos malévolos de que usam vesti-la os noveleiros. Aurélia era órfã; tinha em sua companhia uma velha parenta, viúva, D. Firmina Mascarenhas, que sempre a acompanhava na sociedade. Mas essa parenta não passava de mãe de encomenda, para condescender com os escrúpulos da sociedade brasileira, que naquele tempo não tinha admitido ainda certa emancipação feminina. Guardando com a viúva as deferências devidas à idade, a moça não declinava um instante do firme propósito de governar sua casa e dirigir suas ações como entendesse. Constava também que Aurélia tinha um tutor; mas essa entidade era desconhecida, a julgar pelo caráter da pupila, não devia exercer maior influência em sua vontade, do que a velha parenta. ALENCAR, J. Senhora. São Paulo: Ática, 2006. Sobre o texto acima, analise as asserções a seguir e a relação proposta entre elas. I. O romance Senhora, de José de Alencar, foi publicado em 1875. No fragmento transcrito, a presença de D. Firmina Mascarenhas como “parenta” de Aurélia Camargo assimila práticas e convenções sociais próprias daquele contexto. PORQUE II. D. Firmina Mascarenhas emprestava um ar de respeitabilidade e decoro ao fato de Aurélia Camargo ser solteira e financeiramente independente, o que era pouco comum na sociedade patriarcal brasileira da época.

Respostas

respondido por: jeannecardoson
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A obra Senhora, de José da Alencar é muito útil para conhecer um pouco da cultura social brasileira do século XIX.

O fato de que uma jovem mulher, Aurélia, havia se tornado era algo raro naquela época. Alencar teria se inspirado na vida de Eufrásia Teixeira Leite, uma rica herdeira e independente herdeira brasileira. Eufrásia desafiou as convenções ao cuidar sozinha de sua parte dos negócios deixados pelo pai e não permitir que a família lhe impusesse um casamento de conveniências.

As mulheres da elite em geral ficavam confinadas em casa, praticando alguns dos chamados dotes domésticos. Quando saíam estavam sempre acompanhadas, seja por um parente, seja por uma criada, livre ou empregada. Mantinha-se a ideia de que as mulheres desacompanhadas corriam perigo de fazer algo que poderia desonrar o nome da família.

Alencar expressou essa ideia também na obra Lucíola. O narrador e personagem principal, Paulo, se encanta ao ver Lúcia na rua pela primeira vez na Festa da Glória. No entanto, Paulo depois se dá conta de que Lúcia estava na festa sozinha, ou seja, sem nenhum parente que a vigiasse, 'irmão ou pai', o que logo indicaria que Lúcia não era 'moça de família'.

Quanto às mulheres das classes trabalhadoras, livres e escravas, essas sempre tiveram de trabalhar. O serviço doméstico, lavar roupas e vender alimentos sempre os mais comuns para elas. Sempre lembrando que a elite sempre foi profundamente dependente do serviço doméstico realizado pelos criados, livres e escravos, e que um grande número de criados indicava riqueza.
respondido por: josevilsondepaulojun
115

Resposta:

O narrador evidência o cerceamento sexista a autoridade da mulher, financeiramente independente.

Explicação:

Corrigido pelo ava

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