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Sempre quando surge uma crise no Brasil, por menor que ela seja, com viés político ou econômico, por incrível que pareça, os arautos do conservadorismo e da desinformação adoram afirmar: “na época dos militares isso não teria acontecido” ou, “o melhor período da economia brasileira ocorreu com os militares”.
É importante constatar que após o famoso Plano de Metas de Juscelino Kubitschek, no início da década de 60, a economia brasileira, de certa maneira, vinha mantendo sua trajetória de crescimento, mas em 62 o nível de investimentos e de crescimento industrial apontavam para a recessão no ano seguinte. Era um momento conturbado tanto do ponto de vista político, quanto econômico. A inflação chegava a taxas recordes, em torno de 51%, no setor externo, sucessivos deficts no balanço de pagamentos e a dívida externa acumulava-se.
No final de 62, poucos meses antes do plebiscito que confirmaria o regime presidencialista foi apresentado por Celso Furtado, então ministro extraordinário para assuntos de Desenvolvimento Econômico, o Plano Trienal, uma reposta política à aceleração inflacionária e a vulnerabilidade externa brasileira e, ao mesmo tempo, objetivava a continuidade ao desenvolvimento do país.O Plano apresentado tinha fortes contornos ortodoxos, redução do gasto público, política monetária contracionista, para se ter uma ideia, em pronunciamento divulgado no início de 63, a própria CNI (Confederação Nacional da Indústria) manifestava seu integral apoio as medidas tomadas pelo governo.