faça um resumo de 10 linhas pra caderno,10 pts ou+
Não vou contar tudo o que vi e sofri no depósito, Nem na marcenaria [= onde setrabalha a madeira] para a qual fui transferido, depois que dois ou três sujeitos bigodudosestiveram discutindo preço e condições ao nosso lado. Fomos vendidos
—
às toneladas
—
comoescravos, um carregamento gigantesco de pinho. Nosso aproveitamento industrial estavatraçado e ainda não sabíamos o que seria de nós.
—
Eu quero ser caixote
—
dizia um colega meu, um tronco robusto [= forte] que ia sertábua, mas não sabia de quê.
—
Como caixote a gente tem chance [= oportunidade] de correro mundo.
—
Eu queria ser transformado em piano... Virar música...
—
Piano de pinho?
—
perguntava com ironia um tronco de jacarandá.
—
E ainda maispinho nacional? Vai esperando...Pág 18Descobri logo que os da nossa espécie tinham cotação [= valor] muito baixa nomercado. Móvel barato. Casa humilde. Utilização inferior. Eu me encolhi mentalmente [= empensamento].
—
Não quero nem pensar...
Hoje eu não quero nem lembrar o que foram aqueles dias de espera. Nem vou contar oque passei quando vi aqueles tornos mecânicos, as serras elétricas, todo aquele instrumentalque nos iria estraçalhar. E quanto sofri quando um cara, que examinava lote por lote e troncopor tronco, separou o meu e disse,.. Não. Não conto mesmo. É melhor passar por cima. Meuvelho tronco foi transformado em tronquinhos, em varinhas finas e redondas, que eu não podiaatinar [= fazer idéia] para o que podiam servir. Sei que fui vendido, num grande lote detronquinhos iguais, a um fabricante qualquer. Num caminhão nos meteram.
—
Vamos ver um pouco do mundo
—
disse um companheiro ao ser transportado para ogigante de rodas.Não vimos. O caminhão era fechado. O caminhão saiu, rodou, parou, rodou de novo,rodou e parou um infinito [= grande quantidade] de vezes. Ao fim de muito rodar, paradadefinitiva. Abriu-se a porta. Veio um operário e nos carregou para a fábrica. Éramos jogados nochão com a maior crueldade [=maldade]. Daí a pouco, torno outra vez. Fizeram-me, numa daspontas, uma espécie de pescoço. Veio alguém de lixa na mão e nos deu um vago [= leve]polimento. E quando dei por mim, tinha na outra ponta uma barba espetadiça, presa a mim porum troço de latão
—
e tome prego!
—
que eu custei a saber o que significava. Fiquei muitotempo sem entender. Fui amarrado, viajei de novo, acabei num armazém.Pág 19
—
O senhor tem vassoura?
—
perguntou uma freguesa entrando no armazém...O vendedor apontou para o nosso lado. A mulher veio, examinou uma, examinou outra.
—
Eu levo esta.Eu desconfiava eu intimamente sabia, mas não queria acreditar. Agora não tinha maisdúvidas... Não passava de cabo de vassoura, um mísero [= sem valor] cabo de vassoura..
agradeço desde já
Respostas
respondido por:
0
Não vou contar tudo o que vi e sofri no depósito, Nem na marcenaria [= onde setrabalha a madeira] para a qual fui transferido, depois que dois ou três sujeitos bigodudosestiveram discutindo preço e condições ao nosso lado. Fomos vendidos
—
às toneladas
—
comoescravos, um carregamento gigantesco de pinho. Nosso aproveitamento industrial estavatraçado e ainda não sabíamos o que seria de nós.
—
Eu quero ser caixote
—
dizia um colega meu, um tronco robusto [= forte] que ia sertábua, mas não sabia de quê.
—
Como caixote a gente tem chance [= oportunidade] de correro mundo.
—
Eu queria ser transformado em piano... Virar música...
—
Piano de pinho?
—
perguntava com ironia um tronco de jacarandá.
—
E ainda maispinho nacional? Vai esperando...Pág 18Descobri logo que os da nossa espécie tinham cotação [= valor] muito baixa nomercado. Móvel barato. Casa humilde. Utilização inferior. Eu me encolhi mentalmente [= empensamento].
—
Não quero nem pensar...
Hoje eu não quero nem lembrar o que foram aqueles dias de espera. Nem vou contar oque passei quando vi aqueles tornos mecânicos, as serras elétricas, todo aquele instrumentalque nos iria estraçalhar. E quanto sofri quando um cara, que examinava lote por lote e troncopor tronco, separou o meu e disse,.. Não. Não conto mesmo. É melhor passar por cima. Meuvelho tronco foi transformado em tronquinhos, em varinhas finas e redondas, que eu não podiaatinar [= fazer idéia] para o que podiam servir. Sei que fui vendido, num grande lote detronquinhos iguais, a um fabricante qualquer. Num caminhão nos meteram.
—
Vamos ver um pouco do mundo
—
disse um companheiro ao ser transportado para ogigante de rodas.Não vimos. O caminhão era fechado. O caminhão saiu, rodou, parou, rodou de novo,rodou e parou um infinito [= grande quantidade] de vezes. Ao fim de muito rodar, paradadefinitiva. Abriu-se a porta. Veio um operário e nos carregou para a fábrica. Éramos jogados nochão com a maior crueldade [=maldade]. Daí a pouco, torno outra vez. Fizeram-me, numa daspontas, uma espécie de pescoço. Veio alguém de lixa na mão e nos deu um vago [= leve]polimento. E quando dei por mim, tinha na outra ponta uma barba espetadiça, presa a mim porum troço de latão
—
às toneladas
—
comoescravos, um carregamento gigantesco de pinho. Nosso aproveitamento industrial estavatraçado e ainda não sabíamos o que seria de nós.
—
Eu quero ser caixote
—
dizia um colega meu, um tronco robusto [= forte] que ia sertábua, mas não sabia de quê.
—
Como caixote a gente tem chance [= oportunidade] de correro mundo.
—
Eu queria ser transformado em piano... Virar música...
—
Piano de pinho?
—
perguntava com ironia um tronco de jacarandá.
—
E ainda maispinho nacional? Vai esperando...Pág 18Descobri logo que os da nossa espécie tinham cotação [= valor] muito baixa nomercado. Móvel barato. Casa humilde. Utilização inferior. Eu me encolhi mentalmente [= empensamento].
—
Não quero nem pensar...
Hoje eu não quero nem lembrar o que foram aqueles dias de espera. Nem vou contar oque passei quando vi aqueles tornos mecânicos, as serras elétricas, todo aquele instrumentalque nos iria estraçalhar. E quanto sofri quando um cara, que examinava lote por lote e troncopor tronco, separou o meu e disse,.. Não. Não conto mesmo. É melhor passar por cima. Meuvelho tronco foi transformado em tronquinhos, em varinhas finas e redondas, que eu não podiaatinar [= fazer idéia] para o que podiam servir. Sei que fui vendido, num grande lote detronquinhos iguais, a um fabricante qualquer. Num caminhão nos meteram.
—
Vamos ver um pouco do mundo
—
disse um companheiro ao ser transportado para ogigante de rodas.Não vimos. O caminhão era fechado. O caminhão saiu, rodou, parou, rodou de novo,rodou e parou um infinito [= grande quantidade] de vezes. Ao fim de muito rodar, paradadefinitiva. Abriu-se a porta. Veio um operário e nos carregou para a fábrica. Éramos jogados nochão com a maior crueldade [=maldade]. Daí a pouco, torno outra vez. Fizeram-me, numa daspontas, uma espécie de pescoço. Veio alguém de lixa na mão e nos deu um vago [= leve]polimento. E quando dei por mim, tinha na outra ponta uma barba espetadiça, presa a mim porum troço de latão
Perguntas similares
6 anos atrás
6 anos atrás
9 anos atrás
9 anos atrás
9 anos atrás
9 anos atrás
9 anos atrás