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intervalo de tempo que corresponde a uma revolução completa de qualquer planeta do sistema solar em torno do Sol.
astr tempo que a Terra gasta para completar essa revolução e que em geral é considerado igual a 365 dias solares e seis horas.
astr tempo que a Terra gasta para completar essa revolução e que em geral é considerado igual a 365 dias solares e seis horas.
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Oi, não sei explicar mais vou só lidar uma história
Meu avô limpava os livros de sua biblioteca quando me ocorreu a pergunta:
– Quem foi que inventou o tempo?
Ele apenas me olhou com ar interrogativo. Eu sabia que isso queria dizer “explique-se melhor, que isso está vago demais”.
– É, Vô, o tempo que passa nos relógios, não o tempo das nuvens e do calor e do vento. Quem foi que se deu conta que ele existia?
– Ah, agora sim. Devo dizer que sua pergunta é extremamente profunda, muito mais do que se poderia esperar, apesar de você ser um cabeça-oca.
Não dá para responder a ela, pois os físicos ainda estão discutindo o assunto e alguns até mesmo dizem que ele não existe.
Mas nós aqui podemos lidar com as palavras que o ser humano usa para lidar com uma coisa tão familiar e tão difícil de definir.
Ajeitei-me no velho banco de couro macio enquanto ele largava o pano de limpeza e se sentava na poltrona.
– Podemos começar com tempo mesmo. Ela veio do Latim tempus, “tempo, estação do ano”.
Podemos seguir com a palavra que designa uma parte do presente, hoje. Esta deriva do Latim hodie, de hoc die, “este dia”. Bem claro, não?
– Ah, que legal. E ontem, era “o dia que passou”?
– Essas tentativas em Etimologia quase sempre saem mal. Mas você não passou longe em seu chute. Essa palavra veio de ad noctem, “na noite”, significando “na noite passada”.
Antes que você pergunte, já vou dizer que amanhã vem de ad maneana, de hora maneana, “momento ou hora inicial do dia”.
– Eu me lembro da D. Alaídes dizendo “treisontonte”, que eu achava que se referia a uma data, mas nunca entendi.
– Ah, ela não tinha muita educação formal, mas lá se expressava. Isso é porque existe a palavra anteontem, de “antes” mais “ontem”. E o dia anterior a este é trasanteontem, que na linguagem popular, decerto influenciado por “três”, virou o que ela disse.
Podemos falar no presente, que vem do Latim praesens, “imediato, à disposição, presente”, de praeesse, “estar à mão, estar à frente”, de prae, “antes, à frente”, mais esse, “ser, estar”.
E no passado, que vem do Latim passare, “passar”, de passus, “passo”. É uma analogia que se fez entre o tempo e uma caminhada.
O caminho que percorremos está passado; infelizmente não pode ser percorrido de novo para acertarmos as voltas erradas que demos.
O velho suspirou. Eu respeitei suas lembranças ficando quieto e logo ele ergueu a cabeça:
– Felizmente existe o futuro, no qual colocamos as esperanças. Deriva de futurus, “o que vai ser, o que ainda não foi”, do verbo esse.
– E o ano?
– Vem do Latim annus, o tempo em que a Terra dá uma volta completa ao redor do sol.
Ele se divide em estações, que derivam de statio, “lugar de paragem, morada, posição”, de stare, “ficar, estar de pé”.
Um período de cem anos se chama século, do Latim saeculum, “idade, duração, geração”. Só foi adquirir o sentido de “cem anos” tardiamente.
Temos também o milênio, de mille, “mil”, que não preciso explicar.
– E os tempinhos pequenos, como a hora?
– Esta veio do Latim hora, “hora, tempo, estação”, do Grego hora, “qualquer tempo definido em extensão”.
– Ué!
– Sim, isso era meio complicado. Para os gregos, hora era inicialmente uma estação, mas também uma parte do dia, como manhã, tarde ou noite.
– Deixa para lá, Vô, agora quero saber do minuto.
– Esse vem da divisão de um círculo em sessenta partes, que eram chamadas em Latim pars minuta prima, “a primeira parte pequena”. Como se determinou que a hora teria sessenta subdivisões iniciais, a analogia geométrica se aplicou a ela.
– Vejam só. E…
– Já sei. O segundo vem de pars minuta secunda, “a segunda parte pequena”, cabendo também sessenta deles num minuto.
– E este instante?
– Arre, que você está perguntão hoje!
– Eu sei que o senhor gosta.
– Gosto, mas não confesso. “Instante” vem do Latim instans, “urgente, premente”, de instare, “ficar perto, apressar, exigir”, de in– “em”, mais stare.
– Que nem eu faço quando quero muito alguma coisa e me paro bem junto da Mãe ou do Pai até que resolvam me atender…
– Ou até que resolvam lhe dar a palmada que você merece, seu manipulador.
Mas agora, que veio de hac hora, “nesta hora”, chega de falar que já estou com sede.
Pegue este pano e me ajude aqui com estes livros.
Meu avô limpava os livros de sua biblioteca quando me ocorreu a pergunta:
– Quem foi que inventou o tempo?
Ele apenas me olhou com ar interrogativo. Eu sabia que isso queria dizer “explique-se melhor, que isso está vago demais”.
– É, Vô, o tempo que passa nos relógios, não o tempo das nuvens e do calor e do vento. Quem foi que se deu conta que ele existia?
– Ah, agora sim. Devo dizer que sua pergunta é extremamente profunda, muito mais do que se poderia esperar, apesar de você ser um cabeça-oca.
Não dá para responder a ela, pois os físicos ainda estão discutindo o assunto e alguns até mesmo dizem que ele não existe.
Mas nós aqui podemos lidar com as palavras que o ser humano usa para lidar com uma coisa tão familiar e tão difícil de definir.
Ajeitei-me no velho banco de couro macio enquanto ele largava o pano de limpeza e se sentava na poltrona.
– Podemos começar com tempo mesmo. Ela veio do Latim tempus, “tempo, estação do ano”.
Podemos seguir com a palavra que designa uma parte do presente, hoje. Esta deriva do Latim hodie, de hoc die, “este dia”. Bem claro, não?
– Ah, que legal. E ontem, era “o dia que passou”?
– Essas tentativas em Etimologia quase sempre saem mal. Mas você não passou longe em seu chute. Essa palavra veio de ad noctem, “na noite”, significando “na noite passada”.
Antes que você pergunte, já vou dizer que amanhã vem de ad maneana, de hora maneana, “momento ou hora inicial do dia”.
– Eu me lembro da D. Alaídes dizendo “treisontonte”, que eu achava que se referia a uma data, mas nunca entendi.
– Ah, ela não tinha muita educação formal, mas lá se expressava. Isso é porque existe a palavra anteontem, de “antes” mais “ontem”. E o dia anterior a este é trasanteontem, que na linguagem popular, decerto influenciado por “três”, virou o que ela disse.
Podemos falar no presente, que vem do Latim praesens, “imediato, à disposição, presente”, de praeesse, “estar à mão, estar à frente”, de prae, “antes, à frente”, mais esse, “ser, estar”.
E no passado, que vem do Latim passare, “passar”, de passus, “passo”. É uma analogia que se fez entre o tempo e uma caminhada.
O caminho que percorremos está passado; infelizmente não pode ser percorrido de novo para acertarmos as voltas erradas que demos.
O velho suspirou. Eu respeitei suas lembranças ficando quieto e logo ele ergueu a cabeça:
– Felizmente existe o futuro, no qual colocamos as esperanças. Deriva de futurus, “o que vai ser, o que ainda não foi”, do verbo esse.
– E o ano?
– Vem do Latim annus, o tempo em que a Terra dá uma volta completa ao redor do sol.
Ele se divide em estações, que derivam de statio, “lugar de paragem, morada, posição”, de stare, “ficar, estar de pé”.
Um período de cem anos se chama século, do Latim saeculum, “idade, duração, geração”. Só foi adquirir o sentido de “cem anos” tardiamente.
Temos também o milênio, de mille, “mil”, que não preciso explicar.
– E os tempinhos pequenos, como a hora?
– Esta veio do Latim hora, “hora, tempo, estação”, do Grego hora, “qualquer tempo definido em extensão”.
– Ué!
– Sim, isso era meio complicado. Para os gregos, hora era inicialmente uma estação, mas também uma parte do dia, como manhã, tarde ou noite.
– Deixa para lá, Vô, agora quero saber do minuto.
– Esse vem da divisão de um círculo em sessenta partes, que eram chamadas em Latim pars minuta prima, “a primeira parte pequena”. Como se determinou que a hora teria sessenta subdivisões iniciais, a analogia geométrica se aplicou a ela.
– Vejam só. E…
– Já sei. O segundo vem de pars minuta secunda, “a segunda parte pequena”, cabendo também sessenta deles num minuto.
– E este instante?
– Arre, que você está perguntão hoje!
– Eu sei que o senhor gosta.
– Gosto, mas não confesso. “Instante” vem do Latim instans, “urgente, premente”, de instare, “ficar perto, apressar, exigir”, de in– “em”, mais stare.
– Que nem eu faço quando quero muito alguma coisa e me paro bem junto da Mãe ou do Pai até que resolvam me atender…
– Ou até que resolvam lhe dar a palmada que você merece, seu manipulador.
Mas agora, que veio de hac hora, “nesta hora”, chega de falar que já estou com sede.
Pegue este pano e me ajude aqui com estes livros.
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