• Matéria: Filosofia
  • Autor: Andreza021
  • Perguntado 8 anos atrás

porque que Ernst Cassirer afirma que não há uma natureza humana ?

Respostas

respondido por: biagatadrewou47y0
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Do post anterior, vem a ideia de que a personalidade jurídica decorre “desse ser ter natureza humana”. Natureza humana, então…. hum…

E qual a natureza de ser humano ou do humano?

Ou melhor, existe uma natureza humana?

Este é um dos problemas mais complexos e mais importantes (eu diria também interessantes) da Filosofia, hoje e sempre.

Ao lado desta afirmação quase «bombástica» até faria (farei) outra: não obstante a sua importância, esta pergunta (simples?) NÃO está nas agendas de discussão.

Até pelo risco. Pois discutir aberta e seriamente se há uma natureza humana pressupõe, como parece lógico, a disponibilidade (anterior) para poder vir a admitir a hipótese de que tal coisa existiria ou não.

Vivemos uma espécie de época de «pensamento único» – desculpem, se ofende, mas (em minha opinião) vivemos um tempo de petulante tirania e desprezo irónico por algum tipo de perguntas. Como esta. Aliás, imagino as respostas standard:

– do intelectual – não há nada natural, muito menos a natureza humana; aliás, o que é o homem? o que é natureza?

– do cientista – se há uma natureza das plantas? dos animais? biológica? evidente… bah…

Ai há? óptimo… e que relações estabelece com a natureza humana?

Portanto, existe uma natureza humana? Em que difere?

Fez-se, durante muitos séculos, o elogio do humano e da sua prevalência (hegemonia?) sobre o animal, assinalando-lhe “diferença específica” pela racionalidade, pela religiosidade, pela arte, pela sociabilidade.

Mas o que foi abrigo, parece ser hoje brecha de crise.

Até a religiosidade pois estamos a viver uma evidente vaga irreligiosa (embora haja sinais de reforço nas relações com o sagrado e o transcendente).

Por outro lado, cresce a vaga da defesa da racionalidade animal (pois, basta espreitarem os comentários abaixo, do post «citando… sobre a justiça») e a pulverização (poderei chamar-lhe assim?) dos tipos de inteligência humana.

A sociabilidade – pois, nem parece um ponto de debate a valorar – há animais que vivem em sociedade e têm comportamentos sociais ritualisticos (bom, é a Etologia que o diz). É como se a natureza se voltasse a galope e Peter Singer fala das «pessoas não humanas», como, por exemplo, os Primatas.

A natureza ensina coisas aos animais que não nos consegue ensinar a nós. Alguns animais têm regras estritas que é perigoso ultrapassar – por exemplo, o lobo pacifica o outro lobo oferecendo-lhe a jugular, e o vencedor não o mata. Pois, podíamos aprender com os lobos?? Qual é a diferença entre eles e nós?!!

E agora?!

Não é fácil “atribuir a cada um o que é seu” (esta é uma definição de justiça) em matéria de reconhecimento das naturezas – mas recoloco: existe uma natureza humana??!!


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