Respostas
Dermeval Saviani estuda o conceito da palavra “Problema” em vários aspectos, levando em consideração a questão, dificuldade, mistério e dúvida. Mas, o que realmente o Dermeval traz ao leitor é a necessidade (essência) de tais definições para a palavra problema, para a produção da existência do ser.
A Questão: qualquer pergunta feita sobre tal situação ou coisa, pode ser considerado problema. Mas não sendo o verdadeiro caráter da palavra, como ele mesmo diz: “a especificidade do problema”. Reforça que independente do nível (simples ou complexas) da questão não irá caracterizá-lo, pois, a questão pode se comportar como já conhecida, o problema tem o seu significado tratando daquilo que é desconhecido.
O Mistério: a questão levantada sobre algo, em alto grau de dificuldade, implica na impossibilidade absoluta do saber. Com essa dificuldade exercida, com a possibilidade da resolução do problema, percebe-se a capacidade do conhecimento em resolver a questão.
Por muitas definições ou termos que o autor busca sobre tal palavra, existe inúmeras faces sobre o problema, por exemplo:
• Obstáculo - pode não constituir problema algum;
• Dificuldade - não permite considerar algo como problemático;
• Dúvida – implica na existência de hipóteses.
Logo, toda avaliação feita sobre o uso comum e corrente da palavra “problema”, mostra que o problema não é problemático. Assim diz Dermeval: “Se o problema deixou de ser problemático, cumpre, então, recuperar a problematicidade do problema. Estamos aqui diante de uma situação que ilustra com propriedade o processo global no qual se desenrola a existência humana”.
Examinar os fenômenos do problema mostra o processo da existência humana, sendo que ao mesmo tempo, revela e a esconde. Karel Kosik denomina “o mundo da pseudo-concreticidade”, buscando a destruição da “falsa-realidade” a fim da verdadeira-realidade. Com isso, capta a essência, “A essência é um produto do modo pelo qual o homem produz sua própria existência. Quando o homem considera as manifestações de sua própria existência como algo desligado dela, ou seja, como algo independente do processo que as produziu, ele esta vivendo no mundo da ‘pseudo-concreticidade’. Ele toma como essência aquilo que é apenas fenômeno, isto é, aquilo que é apenas manifestação da essência. No caso que estamos examinando, ele toma por problema aquilo que é apenas manifestação do problema”.
Os termos objetivo e subjetivo são importantes para a definição para o autor, pois, implica na existência do ser.
• Objetivos – a situação conscientiza a necessidade;
• Subjetivos – conscientiza a situação da necessidade.
Observa-se que é compreensível a expressão “pseudo-concreticidade” ou “pseudo-problema”. Então, o problema existe sempre quando o indivíduo a sente como importante, independente das suas circunstâncias, como ressaltado no texto, a reflexão sobre as condições objetivas que detecta quando é verdadeira ou não do problema.
“A essência do problema é a necessidade”, faz homem desenvolver a sua existência em vida, a necessidade de se resolver aquilo que se refere como problema. O conceito fundamental do problema, resumindo, é a necessidade. O autor frisa em algo relativamente importante nesse fundamento para evitar a confusão, com a recuperação do termo da palavra problema, a noção de necessidade, pois, a necessidade é subjetiva, assim como a existência humana, oscilando o conceito de problema.
A conclusão de Noção de Problema pelo Dermeval Saviane: “o conceito de problema implica tanto a conscientização de uma situação de necessidade (aspecto subjetivo) como uma situação conscientizadora da necessidade (aspecto objetivo)”. Revela-se que a filosofia, não se caracterizando como conteúdo específico, mas fundamental do problema, onde “uma necessidade que se impõem objetivamente e é assumida subjetivamente”. Atitude tomada pelo homem diante da realidade do desafio de sua existência, respondendo assim com a sua reflexão.
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