• Matéria: ENEM
  • Autor: giovanacardosod9574
  • Perguntado 8 anos atrás

Nas décadas de 1860 e 1870, a esmagadora maioria dos trabalhadores das grandes fazendas era composta por afro-brasileiros nascidos no Brasil e familiarizados com a língua, os costumes e as leis de seu país. Eles tinham consciência de que a escravidão atravessava uma crise e vinha sendo seriamente questionada por um corpo crescente da opinião pública brasileira.

Muitos estavam também conscientes de que a escravidão, como instituição, transgredia os princípios religiosos e cívicos nos quais a vida brasileira dizia estar baseada. Agora começavam a agir segundo esse conhecimento, denunciando a injustiça inerente da escravidão, justificando sua resistência e buscando compensações legais.

ANDREWS, G. Negros e brancos em São Paulo: 1888-1988. Bauru: Edusc, 1998 (adaptado).

A resistência afro-brasileira ao escravismo na segunda metade do século XIX, segundo o texto, caracterizou-se pela

a) anuência da população acerca das rebeliões nas senzalas e fugas das fazendas.
b) pouca importância da língua portuguesa para a organização da luta por liberdade.
c) influência dos proprietários rurais junto ao governo para deter a crise da escravidão.
d) contradição entre trabalho forçado e proposições do cristianismo e do liberalismo.
e) eficiência das ações legais no combate aos abusos da elite agrária brasileira.

Respostas

respondido por: adriano2santos
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A alternativa correta é a alternativa d) contradição entre o trabalho forçado e proposições do cristianismo e do liberalismo.

A interpretação do texto sugere que existia um grau de consciência por parte da população negra escravizada no Brasil, principalmente no momento descrito como a segunda metade do século XIX. Essa consciência os levava a criticar a realidade escravista do Brasil.

Neste mesmo momento histórico está ocorrendo na Europa a Segunda Revolução Industrial, tendo a sua primeira etapa já sido exitosa ao propor um novo modelo de uso da mão de obra e implementar o liberalismo econômico como modelo a ser seguido. As duas criam um contexto favorável ao uso da mão de obra assalariada e desfavorável a todo o modelo escravista.

Por fim, a ética religiosa que por muito tempo legitimou o processo da escravidão estava se adaptando à nova realidade trabalhista inserida pela Revolução Industrial, passando a abordar a escravidão de uma forma mais crítica.
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