• Matéria: ENEM
  • Autor: Guilhermy1576
  • Perguntado 8 anos atrás

— Quais são as suas ideias a respeito da propriedade?
O amável facínora tirou da patrona um pedaço de fumo e entrou a picá-lo com o punhal.
— Eu, para falar com franqueza, acho que essa história de propriedade é besteira. Na era dos caboclos brabos, como o senhor deve saber, coisa que um sujeito agadanhava era dele. Depois vieram os padres e atrapalharam tudo, distribuindo terra para um, espelho para outro, volta de conta para outro... Fechou-se o tempo e houve um fuzuê da peste, que está nos livros. Mas meu padrinho padre Cícero não vai nisso. E eu também não vou. Isso por aqui é nosso: gado, cachaça, mulher, tudo. É de quem passar a mão, entende?

RAMOS, G. Lampião entrevistado por "Novidade". Folha de S.Paulo, 13 abr. 2014.

No texto atribuído a Graciliano Ramos, a equipe do jornal Novidade realiza uma entrevista fictícia com o famoso cangaceiro Lampião. Para dar autenticidade à criação da identidade dessa personagem nordestina, o autor do texto utiliza

a) marcas linguísticas típicas da região em que vivia o bandido.
b) fatos históricos para sustentação de uma análise crítica.
c) palavras e expressões respeitadoras da norma gramatical.
d) termos irônicos capazes de depreciação contra Lampião.
e) argumentos abonadores da inutilidade de regras no sertão.

Respostas

respondido por: Matheusieti
4
Bom dia!


Com base no enunciado, podemos confirmar a letra E como correta. Argumentos abonadores da inutilidade de regras no sertão.



Partindo deste ponto, é interessante destacar, que tendo como base a entrevista fictícia, é possível compreender um 
Lampião acusado de atacar pequenas fazendas e cidades, além de sequestrar, roubar gado, cometer homicídios, saques, entretanto, nessa conversa, ele faz uso do abandono das regras comuns ao sertão para justificar seus atos criminosos, de maneira que em um contexto histórico pela população, Lampião era visto como um herói em alguns lugares, pois, frequentemente roubava de fazendeiros, políticos coronéis para dar aos pobres miseráveis, que passavam fome e lutavam para sustentar famílias.
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