Em 17 de março de 1872 pelo menos duas dezenas de escravos liderados pelo escravo chamado Bonifácio avançaram sobre José Moreira Veludo, proprietário da Casa de Comissões (lojas de venda e compra de escravos) em que se encontravam, e lhe meteram a lenha. Em depoimento à polícia, o escravo Gonçalo assim justificou o ataque: Tendo ido anteontem para a casa de Veludo para ser vendido foi convidado por Filomeno e outros para se associar com eles para matarem Veludo para não irem para a fazenda de café para onde tinham sido vendidos. (Apud: CHALHOUB, Sidney, 1990, p. 30 31). Com base no caso citado acima e considerando o fato e a historiografia recente sobre os escravos e a escravidão no Brasil, é possível entender os escravos e a forma como se relacionavam com a escravidão da seguinte forma: I – O escravo era uma coisa, ou seja, estava sujeito ao poder e ao domínio de seu proprietário. Privado de todo e qualquer direito, incapaz de agir com autonomia, o escravo era politicamente inexpressivo, expressando passivamente os significados sociais impostos pelo seu senhor. II – Nem passivos e nem rebeldes valorosos e indomáveis, estudos recentes informam que os escravos eram capazes de se organizar e se contrapor por meio de brigas ou desordens àquilo que não consideravam justo, mesmo dentro do sistema escravista. III – Incidentes, como no texto acima, denotam rebeldia e violência por parte dos escravos. O ataque ao Senhor Veludo, além de relevar o banditismo e a delinquência dos escravos, só permite uma única interpretação: barbárie social. IV – O tráfico interno no Brasil deslocava milhares de escravos de um lugar para outro. Na iminência de serem subitamente arrancados de seus locais de origem, da companhia de seus familiares e do trabalho com o qual estavam acostumados, muitos reagiram agredindo seus novos senhores, atacando os donos de Casas de Comissões, etc. V – Pesquisas recentes sobre os escravos no Brasil trazem uma série de exemplos, como o texto citado acima, que se contrapõem e desconstroem mitos célebres da historiografia tradicional: que os escravos eram apenas peças econômicas, sem vontades que orientassem suas próprias ações. Assinale a alternativa correta.
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I – O escravo era uma coisa, ou seja, estava sujeito ao poder e ao domínio de seu proprietário. Privado de todo e qualquer direito, incapaz de agir com autonomia, o escravo era politicamente inexpressivo, expressando passivamente os significados sociais impostos pelo seu senhor.
Correto. O escravo era visto como se fosse um objeto de propriedade de alguém. Sendo visto como indigno de tratamento humano. Em termos políticos não tinha nenhuma potencialidade.
II – Nem passivos e nem rebeldes valorosos e indomáveis, estudos recentes informam que os escravos eram capazes de se organizar e se contrapor por meio de brigas ou desordens àquilo que não consideravam justo, mesmo dentro do sistema escravista.
Correto. Os escravos também organizavam movimentos de resistência, opondo-se ao domínio que era efetivado sobre eles.
III – Incidentes, como no texto acima, denotam rebeldia e violência por parte dos escravos. O ataque ao Senhor Veludo, além de relevar o banditismo e a delinquência dos escravos, só permite uma única interpretação: barbárie social.
Falso. Os escravos resistiam a opressão que sofriam, sendo não simples qualificá-los desta maneira.
IV – O tráfico interno no Brasil deslocava milhares de escravos de um lugar para outro. Na iminência de serem subitamente arrancados de seus locais de origem, da companhia de seus familiares e do trabalho com o qual estavam acostumados, muitos reagiram agredindo seus novos senhores, atacando os donos de Casas de Comissões, etc.
Correto. A reação era comum, visto que mesmo dentro do país, diferentes graus de opressão eram possíveis.
V – Pesquisas recentes sobre os escravos no Brasil trazem uma série de exemplos, como o texto citado acima, que se contrapõem e desconstroem mitos célebres da historiografia tradicional: que os escravos eram apenas peças econômicas, sem vontades que orientassem suas próprias ações.
Correto. A visão da historiografia tem se alterado e revelado ao mundo, as diferentes respostas dos escravos aos domínios sofridos.
abraços!
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Resposta: as afirmativas I, II, IV e V são verdadeiras
•Justificativas:
I - O escravo era visto como se fosse um objeto de propriedade de alguém. Sendo visto como indigno de tratamento humano. Em termos políticos não tinha nenhuma potencialidade.
II - Os escravos também organizavam movimentos de resistência, opondo-se ao domínio que era efetivado sobre eles.
IV - A reação era comum, visto que mesmo dentro do país, diferentes graus de opressão eram possíveis.
V - A visão da historiografia tem se alterado e revelado ao mundo, as diferentes respostas dos escravos aos domínios sofridos.
ESPERO TER AJUDADO!!
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