• Matéria: Português
  • Autor: eduardoolintoc1638
  • Perguntado 8 anos atrás

Leia o excerto de A cidade e as serras, de Eça de Queirós, e responda ao que se pede.

Na sala, a tia Vicência ainda nos esperava desconsolada, entre todas as luzes, que ardiam no silêncio e paz do serão debandado:
- Ora uma coisa assim! Nem querem ficar para tomar um copinho de geleia, um cálice de vinho do Porto!
- Esteve tudo muito desanimado, tia Vicência! exclamei desafogando o meu tédio. Todo esse mulherio emudeceu, os amigos com um ar desconfiado...
Jacinto protestou, muito divertido, muito sincero:
- Não! Pelo contrário. Gostei imenso. Excelente gente! E tão simples... Todas estas raparigas me pareceram ótimas. E tão frescas, tão alegres! Vou ter aqui bons amigos, quando verificarem que eu não sou miguelista.
Então contamos à tia Vicência a prodigiosa história de D. Miguel escondido em Tormes... Ela ria! Que coisas! E mau seria...
- Mas o Sr. Jacinto, não é?
- Eu, minha senhora, sou socialista...


a) Defina sucintamente o miguelismo a que se refere o texto e indique a relação que há entre essa corrente política e a história do Brasil.
b) Tendo em vista o contexto da obra, explique o que significa, para Jacinto, ser “socialista”.

Respostas

respondido por: sabrinasilveira78
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a) O miguelismo foi uma concepção política absolutista, incorporada por D. Miguel, irmão de D. Pedro I. A relação existente entre o miguelismo e a história do Brasil se refere ao fato de D. Pedro I, ao renunciar ao trono brasileiro (1831), regressa a Portugal para lutar contra seu irmão, D. Miguel, liderando as forças liberais que derrotaram os miguelistas em 1834.

 

 

b) A obra nos remete à segunda metade do século XIX, período em que ocorre a Segunda Revolução Industrial, com inúmeros conflitos entre capital e trabalho.

 

Para Jacinto, ser socialista, significa melhorar a situação socioeconômica do camponês, de forma assistencialista; mas que se mantêm, reacionariamente, os privilégios dos grandes ruralistas. É, portanto, um  “falso socialismo”, que contempla o paternalismo, característico do “pai dos pobres”, do “novo Dom Sebastião”, no dizer de João Torrado.


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