Respostas
Aristóteles enxergava a virtude como algo equilibrado, ponderado, entre dois extremos. A falta ou o excesso seriam inimigos da virtude. Ele pensava na ética como algo que diz respeito às ações humanas, sendo virtuosas as pessoas que agem constantemente de maneira virtuosa. Esse ideal era atingido através de uma vida no meio termo, entre os extremos.
Como exemplo, podemos pensar a coragem, uma das virtudes aristotélicas. De um lado, teríamos a falta de coragem, a covardia. Do outro, teríamos a imprudência, que seria o excesso de coragem, algo nocivo na medida em que pode resultar em descuido ou negligência, algo que seria evitado com alguma dose de medo.
Já a prudência tem a ver com o termo grego “phronesis”, que foi usado por Aristóteles para falar de uma espécie de intelectualidade ou sabedoria de ordem prática, ou seja, uma sabedoria diferente da teórica, relacionada ao conhecimento abstrato. A prudência/phronesis seria uma capacidade de determinar o curso de ação necessário para se obter determinado fim e de avaliar a dimensão ética de tal ação, de modo a determinar quando e como agir de forma virtuosa.
Dessa forma, a prudência seria uma capacidade necessária para que uma pessoa pudesse buscar e realizar as ações avaliadas como meio termo entre dois extremos. Como não seria algo simples atingir constantemente essa posição moderada, uma inteligência/sabedoria prática capaz de avaliar a adequação de ações a fins desejados seria essencial para a concretização de uma vida virtuosa.