Oh! Aquela alegria me deu náuseas. Sentia-me ao mesmo tempo satisfeito e descontente. E eu disse: tanto melhor e tanto pior. Eu entendia que o povo comum estava tomando a justiça em suas mãos. Aprovo essa justiça, mas poderia não ser cruel? Castigos de todos os tipos, arrastamentos e esquartejamentos, tortura, a roda, o cavalete, a fogueira, verdugos proliferando por toda parte trouxeram tanto prejuízo aos nossos costumes! Nossos senhores colherão o que semearam.
(Graco Babeuf, citado por R. Darnton. O beijo de Lamourette. Mídia, cultura e revolução. São Paulo: Companhia das Letras, 1990, p. 31. Adaptado).
O texto é parte de uma carta enviada por Graco Babeuf à sua mulher, no início da Revolução Francesa de 1789. O autor
a) discorda dos propósitos revolucionários e defende a continuidade do Antigo Regime, seus métodos e costumes políticos.
b) apoia incondicionalmente as ações dos revolucionários por acreditar que não havia outra maneira de transformar o país.
c) defende a criação de um poder judiciário, que atue junto ao rei.
d) caracteriza a violência revolucionária como uma reação aos castigos e à repressão antes existentes na França.
e) aceita os meios de tortura empregados pelos revolucionários e os considera uma novidade na história francesa.
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O Poder Judiciário do Antigo Regime, até o século XVIII, era caracterizado por suas técnicas cruéis de punição (tortura) e dos processos utilizados nas execuções penais, com amplo uso de flagelação, que ainda são reconhecidos como práticas legais.
Em monarquias governadas por ditadores mais elucidados, esses procedimentos atrozes foram suavizados ou, até mesmo, abandonados. Contudo, na França, esses atos bárbaros sobreviveram até o período bem próximo da Revolução Francesa, certificando a justificativa de Graco Babeuf aos despropósitos populares de 1789.
Em monarquias governadas por ditadores mais elucidados, esses procedimentos atrozes foram suavizados ou, até mesmo, abandonados. Contudo, na França, esses atos bárbaros sobreviveram até o período bem próximo da Revolução Francesa, certificando a justificativa de Graco Babeuf aos despropósitos populares de 1789.
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