Joana tem 10 anos, está matriculada no 3º ano do ensino fundamental e tem o histórico de retenção no 2º e no 3º anos. Na matemática, demonstra bom raciocínio lógico, mas não realiza as operações de subtração e multiplicação com desenvoltura. Ainda não adquiriu as competências de leitura e escrita com fluência. A aluna aparenta ser introvertida e passa a maior parte do tempo na escola alheia ao que está ao seu redor. Entretanto, quando a professora ou um aluno mais avançado a auxilia é visível sua disposição para a aprendizagem e o avanço na aquisição das competências. Por essa razão, antes dos períodos de avaliação, a professora decidiu investigar melhor o caso e detectou que a aluna era nova na escola. Constatou que, desde o 1º ano, a aluna cursou cada série em uma escola diferente e a retenção do 2º ano foi dada por faltas. Retomando o histórico escolar da aluna e a entrevista concedida pelos pais na matrícula, verificou-se que os pais eram trabalhadores rurais de temporada e, por isso, mudavam-se muito. Joana tinha a responsabilidade de cuidar do irmão mais novo quando ele ficava doente, pois a creche não aceitava a permanência da criança na escola.
A partir do caso apresentado, elabore um texto, de no mínimo 20 e máximo 30 linhas, justificando o encaminhamento ou não de Joana para avaliação especializada. Considere, em seu texto, os seguintes itens:
- Aspectos intrínsecos e extrínsecos que podem influenciar no processo de aquisição das competências acadêmicas;
- Introversão e atenção dispersa;
- Consequências das constantes faltas e mudanças de escola no processo de escolarização.
Respostas
Segundo Simone Maria de Azevedo, psicóloga, psicopedagoga e terapeuta familiar, é necessário saber distinguir os problemas e dificuldades da aprendizagem e ainda afirma que um dos principais colaboradores para o processo de intervenção são os professores, independente de qual for o problema.
Os problemas na aprendizagem são sinais de que alguma coisa não é correta, tanto no aprender quanto no ensinar. São diversos os fatores que não ajudam na aprendizagem ou na própria autoria dos pensamentos e sucesso acadêmico, como: atitudes, comportamentos, posicionamento nas situações de aprendizagem e o modo de lidar com os objetos de conhecimento. Esses problemas para aprender podem ser classificados em alguns sintomas, como inibição cognitiva e reativos.
No caso da inibição cognitiva pode ser causada pela estrutura individual e/ou familiar, o que é o caso da Joana, onde por diversas vezes precisou mudar de escola para atender as necessidades da família ou quando precisa faltar para cuidar do irmão mais novo. Já o reativo tem relação com o contexto socioeducativo, sendo as questões didáticas ou metodológicas, que podem ser inclusas no caso da Joana quando ela fica dispersa na sala de aula, mas tem vontade de aprender a medida que alguém a auxilie de perto.