Meu sonho
Eu
Cavaleiro das armas escuras,
Onde vais pelas trevas impuras
Com a espada sanguenta na mão?
Por que brilham teus olhos ardentes
E gemidos nos lábios frementes
Vertem fogo do teu coração?
Cavaleiro, quem és? O remorso?
Do corcel te debruças no dorso...
E galopas do vale através...
Oh! da estrada acordando as poeiras
Não escutas gritar as caveiras
E morder-te o fantasma nos pés?
Onde vais pelas trevas impuras,
Cavaleiro das armas escuras,
Macilento qual morto na tumba?...
Tu escutas...
Na longa montanha
Um tropel teu galope acompanha?
E um clamor de vingança retumba?
Cavaleiro, quem és? - que mistério,
Quem te força da morte no império,
Pela noite assombrada a vagar?
O Fantasma
Sou o sonho de tua esperança,
Tua febre que nunca descansa,
O delírio que te há de matar!...
Leia atentamente o que diz Antonio Candido sobre o poema “Meu sonho”, de Álvares de Azevedo e, em seguida, considere as afirmações que seguem:
A leitura que propus consiste essencialmente em reconhecer significados sucessivos e cada vez mais escondidos, privilegiando um elemento de fatura, o ritmo, que, ao dar forma tanto à estrutura aparente quanto à estrutura profunda, pode ser considerado princípio organizador, graças ao qual Álvares de Azevedo foi capaz de criar um símbolo poderoso para exprimir a angústia do adolescente em face do sexo, que vai até o sentimento da morte. [...] Sob a camada estética, estratificam-se os significados, até o que se refugia nas camadas mais fundas, onde a análise literária procura captá-lo. E nós sentimos que a beleza de um poema se localiza na camada aparente, a dos elementos estéticos, onde se enunciam os significados ostensivos, e que basta para uma leitura satisfatória, embora incompleta. Mas a força real está na camada oculta, que revela o significado final e constitui a razão dos outros. (CANDIDO, 2001, p. 53).
I. A leitura crítica de obras literárias supõe a superação da leitura como mero entretenimento / mera contemplação, atitude admissível num leitor que não elegeu a literatura como campo privilegiado de atuação.
II. É suficiente que se leia o poema; não é preciso forçá-lo a revelar- se. Nada há para se dizer diante de um poema, porque as palavras que lá estão dizem tudo o que têm a dizer, da melhor forma que é possível dizer.
III. Numa leitura superficial, o poema é visto como se fosse um diálogo entre o “Eu” e o “Fantasma”, mas o ar de mistério que o envolve e que logo se nota, já desde o início da análise leva a crer que o poema é mais complexo do que a leitura inicial sugere.
IV. Um estudante de letras, pela especificidade de sua formação, diferencia-se de um leitor não especializado.
Confirma-se no texto de Antonio Candido o que se declara APENAS em
II e III.
I e IV.
I e II.
II.
I, III e IV.
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Questão 5/5 Valor da questão: 0,40 Estou com dúvida nessa questão
Leia com atenção o poema que segue:
"LÍNGUA PORTUGUESA"
Olavo Bilac
Última flor do Lácio, inculta e bela,
És, a um tempo, esplendor e sepultura:
Ouro nativo, que na ganga impura
A bruta mina entre os cascalhos vela...
Amote assim, desconhecida e obscura,
Tuba de alto clangor, lira singela,
Que tens o trom e o silvo da procela
E o arrolo da saudade e da ternura!
Amo o teu viço agreste e o teu aroma
De virgens selvas e de oceano largo! Amo-te, ó rude e doloroso idioma,
Em que da voz materna ouvi: "meu filho!"
E em que Camões chorou, no exílio amargo,
O gênio sem ventura e o amor sem brilho!
Com base na leitura do poema, analise as afirmações que seguem:
I) No poema, o autor, modernista, faz uma abordagem sobre o histórico da língua portuguesa, tema já tratado por outros poetas realistas, tais como Gilberto Mendonça e Caetano Veloso.
II) O texto foi produzido em catorze versos, distribuídos em dois quartetos e dois tercetos, sendo classificado como um soneto, inclusive, seguindo as normas clássicas da pontuação e da rima.
III) Observa-se que o poeta, com a aliteração “Última flor do Lácio, inculta e bela”, refere-se ao fato de a língua portuguesa ter sido a última língua neolatina formada a partir do latim vulgar - falado pelos soldados da região italiana do Lácio.
IV) No segundo verso, há um paradoxo: “És a um tempo, esplendor e sepultura”. “Esplendor”, porque uma nova língua estava em ascensão, dando continuidade ao latim. “Sepultura” porque, a partir do momento em que a língua portuguesa vai sendo usada e se expandindo, o latim vai caindo em desuso.
V) Expressando o seu amor pelo idioma, através de um vocativo, “Amo-te, ó rude e doloroso idioma”, Olavo Bilac alude ao fato de que o idioma ainda precisava ser moldado e, impor essa língua a outros povos não era um tarefa fácil, pois implicou em destruir a cultura de outros povos.
Está correto apenas o que se afirma em:
I, IV, V.
II, IV, V.
I, III, V.
II, III, IV.
II, III, V.
Respostas
respondido por:
9
ieiv
iev
porque o cavaleiro morrel
iev
porque o cavaleiro morrel
nayarao584:
qual resposta é a certa?
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