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O contexto do século XIX favoreceu muito o pensamento de investidor. É a era da indústria e do desenvolvimento das linhas de produção. Nasce o individualismo e o domínio da razão humana passa a ser substituído pelo domínio da razão técnica. Os que constroem edifícios, ferrovias, escolas etc. passam a desejar com intensidade o retorno financeiro de seus investimentos.
Antes, a música era consumida pelas pessoas assim que era produzida pelo seu criador, tal como é uma cadeira, ou uma roupa, ou uma carruagem. Agora, com o capitalismo sendo fortalecido pelos pensamentos correntes, pelas descobertas cientificas e desenvolvimento tecnológico, o dinheiro impera incisivamente com a indústria e nasce também, os pilares da indústria cultural. O que podemos observar é que não se faz mais tanto música pelo prazer da arte, se faz para a indústria cultural, pois nesse período começam a crescer o número de teatros, salas de concertos e espetáculos.
Cada dia mais, o estilo, o design e a beleza se impõem como imperativos estratégicos das marcas. O apelo ao imaginário e a habilidade em despertar a emoção dos consumidores impulsionam a criação massiva de mecanismos de sedução, no design, na moda, no cinema, nos produtos. Arte e mercado nunca antes se misturaram tanto, exagerando, na experiência contemporânea, o alcance do desdobramento das dimensões do valor estético. Gilles Lipovetsky e o crítico de arte Jean Serroy, investigam essas relações, A estetização do mundo e o aparentemente paradoxal conceito do capitalismo artista.
Desvendando a superficialidade de um mundo em “tudo segue a lógica da moda: é efêmero e sedutor”, os autores investigam as transformações do capitalismo e do consumo, bem como seus alcances na individualidade dos sujeitos.
Sua análise mostra que a cultura e sua expressão artística se converteram em simples negócio de mercado. Assim, a arte hoje impregna o mundo comum.
O capitalismo é artista, estético, porque mexe com as emoções, com a percepção e com a sensibilidade. A ideia passada por esse capitalismo é que vivemos em um mundo estupendo – ainda que apenas uma pequena parcela da população mundial tenha o dinheiro necessário para desfrutá-lo, enquanto a outra parte sofre com a ansiedade que o hiper consumo, a hiper estimulação e o imediatismo geram. A motivação econômica, para os autores, não mata a criação, antes a democratiza, tornando cada vez mais presentes a beleza e a criatividade na vida cotidiana e no comércio.
A arte, pois, hoje é instrumentalmente aplicada a tudo, funcionando dentro de um sistema geral de investimentos e lucros. A esta absorção da arte pelo mercado os autores chamam “capitalismo artista”, uma articulação de produção em grande escala de bens e serviços, com finalidades comerciais, porém munidos de componentes estético-emocionais, utilizando a criatividade artística para estimular o consumo mercantil e a diversão de massas.
A primeira premissa da arte aplicada, conforme o texto examina, é a renúncia à ideia de que a arte se afasta do comercial e da celebridade. Um exemplo dos autores é a frase proferida por Andy Wharhol, “I’m a bussiness artist” [“Sou um artista comercial”], que supõe uma ruptura, pois o comercial deixa de se identificar com o vulgar e, a partir de então, uma arte comercial passa a ser aceita como arte verdadeira. Arte e sucesso comercial deixam de diferenciar-se e, a figura do artista, passa a converter-se na de uma celebridade.
O capitalismo, a partir do princípio do século XX, vem aprofundando a possibilidade de produzir e comercializar emoções, integrando-as à engrenagem econômica. O emocional, hoje, penetra inclusive a esfera política. Tudo que nos fazer rir ou chorar, o capitalismo age como uma engenheira de sonhos e emoções. Há, pois, uma ditadura comercial, tudo é tranformado em comércio.
A análise dos dois autores é engenhosa. Compreende, além da amplo panorama do capitalismo artístico, o mundo do design e o estado estético do consumo, no qual convergem arquiteturas comerciais e paisagens urbanas sob o novo conceito da cidade-shopping, na qual se move o consumidor transestético – orientado para experiências estéticas multissensoriais. Segundo a análise, na sociedade industrial, os consumos eram estruturados por aspetos gerais de classe, por exemplo as classes populares privilegiavam o funcional, prático, sólido e fácil de manter; hoje, importam-se com marcas reconhecidas.
Antes, a música era consumida pelas pessoas assim que era produzida pelo seu criador, tal como é uma cadeira, ou uma roupa, ou uma carruagem. Agora, com o capitalismo sendo fortalecido pelos pensamentos correntes, pelas descobertas cientificas e desenvolvimento tecnológico, o dinheiro impera incisivamente com a indústria e nasce também, os pilares da indústria cultural. O que podemos observar é que não se faz mais tanto música pelo prazer da arte, se faz para a indústria cultural, pois nesse período começam a crescer o número de teatros, salas de concertos e espetáculos.
Cada dia mais, o estilo, o design e a beleza se impõem como imperativos estratégicos das marcas. O apelo ao imaginário e a habilidade em despertar a emoção dos consumidores impulsionam a criação massiva de mecanismos de sedução, no design, na moda, no cinema, nos produtos. Arte e mercado nunca antes se misturaram tanto, exagerando, na experiência contemporânea, o alcance do desdobramento das dimensões do valor estético. Gilles Lipovetsky e o crítico de arte Jean Serroy, investigam essas relações, A estetização do mundo e o aparentemente paradoxal conceito do capitalismo artista.
Desvendando a superficialidade de um mundo em “tudo segue a lógica da moda: é efêmero e sedutor”, os autores investigam as transformações do capitalismo e do consumo, bem como seus alcances na individualidade dos sujeitos.
Sua análise mostra que a cultura e sua expressão artística se converteram em simples negócio de mercado. Assim, a arte hoje impregna o mundo comum.
O capitalismo é artista, estético, porque mexe com as emoções, com a percepção e com a sensibilidade. A ideia passada por esse capitalismo é que vivemos em um mundo estupendo – ainda que apenas uma pequena parcela da população mundial tenha o dinheiro necessário para desfrutá-lo, enquanto a outra parte sofre com a ansiedade que o hiper consumo, a hiper estimulação e o imediatismo geram. A motivação econômica, para os autores, não mata a criação, antes a democratiza, tornando cada vez mais presentes a beleza e a criatividade na vida cotidiana e no comércio.
A arte, pois, hoje é instrumentalmente aplicada a tudo, funcionando dentro de um sistema geral de investimentos e lucros. A esta absorção da arte pelo mercado os autores chamam “capitalismo artista”, uma articulação de produção em grande escala de bens e serviços, com finalidades comerciais, porém munidos de componentes estético-emocionais, utilizando a criatividade artística para estimular o consumo mercantil e a diversão de massas.
A primeira premissa da arte aplicada, conforme o texto examina, é a renúncia à ideia de que a arte se afasta do comercial e da celebridade. Um exemplo dos autores é a frase proferida por Andy Wharhol, “I’m a bussiness artist” [“Sou um artista comercial”], que supõe uma ruptura, pois o comercial deixa de se identificar com o vulgar e, a partir de então, uma arte comercial passa a ser aceita como arte verdadeira. Arte e sucesso comercial deixam de diferenciar-se e, a figura do artista, passa a converter-se na de uma celebridade.
O capitalismo, a partir do princípio do século XX, vem aprofundando a possibilidade de produzir e comercializar emoções, integrando-as à engrenagem econômica. O emocional, hoje, penetra inclusive a esfera política. Tudo que nos fazer rir ou chorar, o capitalismo age como uma engenheira de sonhos e emoções. Há, pois, uma ditadura comercial, tudo é tranformado em comércio.
A análise dos dois autores é engenhosa. Compreende, além da amplo panorama do capitalismo artístico, o mundo do design e o estado estético do consumo, no qual convergem arquiteturas comerciais e paisagens urbanas sob o novo conceito da cidade-shopping, na qual se move o consumidor transestético – orientado para experiências estéticas multissensoriais. Segundo a análise, na sociedade industrial, os consumos eram estruturados por aspetos gerais de classe, por exemplo as classes populares privilegiavam o funcional, prático, sólido e fácil de manter; hoje, importam-se com marcas reconhecidas.
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