• Matéria: Ed. Moral
  • Autor: Mi211
  • Perguntado 8 anos atrás

Neste desafio você deverá construir um texto dissertativo discutindo o problema a seguir:

O histórico do mundo ocidental carrega um grande problema em relação ao preconceito racial. Nos dias atuais ainda encontramos essas arestas no que tange à questão da igualdade. Assim, é sabido que em nosso país há a obrigação do ensino das questões afro em nossas escolas. Da mesma forma, também é de conhecimento comum que vivemos em um país preconceituoso no que diz respeito à questão racial. Nesse sentido, parece-nos que há um problema: ou as escolas não estão cumprindo bem o papel de ensino, ou a mera convivência, nos currículos escolares, com a dimensão afro não é o bastante para a modulação de jovens mais abertos à diversidade.
Qual seria o seu parecer acerca do assunto?


Orientação de resposta do aluno:

Para realizar esse desafio, você deverá atender aos seguintes itens:

1 - Contextualizar a questão no Brasil.
2 - Discutir a relação da moral: se seria apenas uma questão de conhecer para possuir.

Respostas

respondido por: raphaelbccoz0fpi
12
PADRÃO DE RESPOSTA ESPERADO

Há no país um percentual de casos de discriminação racial muito alto. Isso de alguma forma está aliado à maneira como o país foi colonizado, bem como à ausência de políticas estatais efetivas no combate a esse tipo de prática. A escola é o local mais apropriado para a construção de valores plurais. Daí a necessidade de construção de um currículo includente, e não o contrário. 

Nesse sentido, é importante sublinhar que a moral passa pelo conhecimento do outro, porém, não se encerra em mera ação intelectual, ou seja, nos parece claro que conhecer o outro seja um passo necessário para o respeito à diferença, contudo, esse ato não garante que haverá respeito. A relação moral está ligada ao conhecimento do outro. Mas ela inspira a passos maiores que devem ser dados. 

Referimos aqui ao fato de que esse conhecimento cultural da diversidade e do outro deve conduzir a um raciocínio crítico que permite o descentramento do sujeito e de sua própria cultura, no sentido de conduzi-lo a um questionamento de si, que, por sua vez, irá conduzi-lo ao reconhecimento da diferença. Dessa maneira, conhecer apenas a cultura e a diferença coloca-se como um primeiro passo, que leva então a um raciocínio crítico, que desloca o sujeito de uma posição de senhor absoluto e o convida a pensar. Esse direcionamento também poderá desembocar em uma espécie de inspiração ao perceber que esse outro pode realizar de maneira diferente aquilo que o sujeito faz. Esse encontro inspira, portanto, e faz com que apareça uma espécie de empatia, facilitando a relação. 

Não imaginamos que a moral seja passiva de ensinamento, assim como um outro conhecimento. Ela, de alguma maneira, por passar pelo outro, requer questões racionais e também para além da razão, o que não implica em ensinamentos. Talvez a prática possa fazer com que esse sujeito se estabeleça de maneira menos hostil ao diferente. Em nosso caso, o negro. O fato de existir o ensina, e esse é um dos pontos pelos quais essa questão deve passar, mas que, por si só, não garante o êxito de diminuição da discriminação. 

Logo, podemos perceber que a moral possui conteúdos objetivos, questões das quais ela não pode se arredar. Raciocínios que são construídos, pela e na história, e que acabam por pautar as ações entre os humanos. Esse caminho pode ser percebido quando percebe-se a possibilidade do descentramento e da inspiração que o outro nos traz. Esse encontro, racional e ao mesmo tempo sentimental, constrói uma subjetividade mais colorida, e menos presa em nossa individualidade. A moral não pode ser ensinada, ao mesmo tempo que necessita ser trabalhada, desde a construção da primeira infância, para a construção de um corpo social respeitoso com a diferença.

Perguntas similares