O texto a seguir trata da apropriação da antiga cidade de Persépolis, capital do Império Persa, pelos governantes contemporâneos. Leia-o atentamente e depois faça o que se pede.
Em outubro de 1967, os delírios de grandeza do xá da Pérsia, Mohamad Reza Pahlevi, o levaram a se autocoroar e proclamar a si mesmo legítimo sucessor da dinastia aquemênida. Pouco depois, em 1971, o xá foi mais além e decidiu utilizar as ruínas de Persépolis como cenário para celebrar o 2500º- aniversário da criação do Império Persa. A pompa e o esbanjamento retrocediam à Pérsia, contudo desta vez em um contexto totalmente diferente: a Pérsia, um país cuja população estava afundada numa pobreza extrema, desperdiçou mais de 240 milhões de dólares na organização do evento. Os faustos foram impressionantes e até lá se dirigiram cerca de 10 mil convidados, incluindo os principais mandatários políticos do mundo.
Persépolis e o nome do xá acabaram inevitavelmente unidos. Por isso, quando em 1979 eclodiu a revolução islâmica e a família Pahlevi foi expulsa, os extremistas ordenaram a demolição das tumbas reais de Dario, Xerxes e Artaxerxes. Apesar de que no final as escavadoras não entraram no recinto, os dirigentes muçulmanos proibiram qualquer símbolo relacionado com o Irã pré-islâmico, como os nomes de Ciro e Dario e, certamente, qualquer referência a Persépolis. Vinte e cinco anos após a revolução, o país considerou o turismo como uma oportunidade para sua economia e não teve outro remédio senão desempoeirar os antigos livros de história, aqueles que falam do passado glorioso do Império Persa. O governo iraniano destinou 5 milhões de dólares [em 2002] […] para a restauração, proteção e promoção turística de Persépolis. […] Só que hoje, as impressionantes ruínas servem de modelo para a construção de hotéis de luxo e para vender camisetas e suvenires. Sem dúvida, seu passado foi mais glorioso.
(MARTORELL, Daniel. Persépolis, el escaparate imperial. Historia y vida. Barcelona, n. 427, out. 2003, p. 67).
dinastia aquemênida: denominação da dinastia de Ciro I, o unificador de medos e persas.
a) Reflita sobre a história do Império Persa e responda: por que razão, milhares de anos depois do fim da dinastia aquemênida, o governante do Irã procurou associá-la a seu nome?
b) Em sua opinião, a maneira de o governo do xá Mohamad Reza Pahlevi agir em relação à população iraniana foi similar ou contrária à forma como agiam os antigos reis persas com quem ele buscou se identificar? Justifique.
c) Qual foi a intenção do governo islâmico, estabelecido no Irã em 1979, ao procurar apagar o passado remoto do país?
Respostas
respondido por:
31
a) Essa associação poderia capitalizar prestígio ao xá Reza Pahlevi, ligando o seu período de governo ao de ouro do Império persa, junto aos mais antigos e poderosos influenciadores do local.
b) O governo Pahlevi, subjugado pela ostentação e pelo luxo demasiado de sua corte e família real não agiu com o Irã da mesma forma que o Império persa, que buscava espelhar, agia com o seu povo. Diferentemente de Ciro, que buscou o bem-estar dos súditos, restou das mãos de Pahlevi muita violência aos iranianos mais pobres de seu tempo.
c) Buscou-se destruir toda a identificação do Irã com o período do xá Reza Pahlevi, estabelecendo um teocracia pesada e muito identificada com os mais pobres, em contraponto aos abusos do monarca deposto com toda a realeza do período do xá.
b) O governo Pahlevi, subjugado pela ostentação e pelo luxo demasiado de sua corte e família real não agiu com o Irã da mesma forma que o Império persa, que buscava espelhar, agia com o seu povo. Diferentemente de Ciro, que buscou o bem-estar dos súditos, restou das mãos de Pahlevi muita violência aos iranianos mais pobres de seu tempo.
c) Buscou-se destruir toda a identificação do Irã com o período do xá Reza Pahlevi, estabelecendo um teocracia pesada e muito identificada com os mais pobres, em contraponto aos abusos do monarca deposto com toda a realeza do período do xá.
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