O poema abaixo é atribuído aos goliardos e faz parte da coletânea de poemas – em sua maioria anônimos – conhecida pelo nome de Carmina Burana. O documento que contém esses poemas estava guardado em uma abadia beneditina da Baviera, na Alemanha, e foi escrito em latim. Caracteriza-se especialmente pela sua natureza satírica e mordaz, recheado de críticas bem-humoradas às autoridades, aos valores e aos costumes medievais.
a mão que dá (“presente”)
A mão que dá “presente”
Torna mau quem é bom
O dinheiro faz aliados
O dinheiro dá conselho (tentador)
O dinheiro torna liso o que é áspero
O dinheiro amansa inimigos
Em mão de prelados, o dinheiro
Equivale ao direito
Vós cedeis ao dinheiro
Ó juízes!
Lá onde o dinheiro fala mais alto
O direito é invertido
O pobre é passado para trás
Mesmo tendo direito
Enquanto o rico convence
Pelo valor de suas posses
O juiz presta ouvido ao dinheiro
Este faz o que ele pede
Em favor do que o dinheiro clama
O pedido por ele é satisfeito
(Carmina Burana. Canções de Beuern. Trad., introdução e notas de Maurice van Woensel. São Paulo: Ars Poetica, 1994).
a) Para os autores, que papel o dinheiro desempenha na sociedade?
b) De acordo com o poema, que relação existe entre o dinheiro e a justiça social?
c) A que segmentos da sociedade o poema dirige sua crítica?
d) O poema acima é coerente com os valores cristãos medievais ou os contraria? Justifique.
Respostas
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37
a) o dinheiro corrompe, obtendo vantagens sobre os pobres, e torna as pessoas más.
b) O dinheiro negocia a vida dos pobres, favorecendo os mais afortunados, criando um fosso intransponível entre as pessoas.
c) Aos juízes e aos prelados em geral.
d) O poema é coerente com esses valores, uma vez que a Igreja sempre condenou a ambição material e a busca desenfreada por lucro. O texto, também, denuncia as autoridades religiosas que se deixam seduzir pelo poder do dinheiro da corrupção.
b) O dinheiro negocia a vida dos pobres, favorecendo os mais afortunados, criando um fosso intransponível entre as pessoas.
c) Aos juízes e aos prelados em geral.
d) O poema é coerente com esses valores, uma vez que a Igreja sempre condenou a ambição material e a busca desenfreada por lucro. O texto, também, denuncia as autoridades religiosas que se deixam seduzir pelo poder do dinheiro da corrupção.
Camilavelasque:
meu trabalho tem uma pergunta que pede a comparação da poesia com a situação atual do brasil
Consideremos que os Prelados (autoridades eclesiásticas que, na Igreja Católica, têm o encargo de governar ou dirigir uma Prelatura.) como os encarregados da CNBB (Confederação Nacional dos Bispos do Brasil) hoje, arrecadam fortunas "doadas" pelos governos estaduais e federal, para muitas obras sociais, além do dinheiro monstruoso da Igreja.
Considere, agora, as Santas Casas de Misericórdia, todas sob investigação da Justiça em nossos dias. Se considerarmos o poder dos Juízes, Desembargadores e Ministros dos Supremos Tribunais sobre a vida política nacional, não é difícil associar o poema à situação que vivemos no Brasil. Apenas o povão está desamparado, apesar de ser essa massa de trabalhadores que sustenta toda a corrupção dos mais ricos.
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1
Resposta:
a) o dinheiro corrompe, obtendo vantagens sobre os pobres, e torna as pessoas más.
b) O dinheiro negocia a vida dos pobres, favorecendo os mais afortunados, criando um fosso intransponível entre as pessoas.
c) Aos juízes e aos prelados em geral.
d) O poema é coerente com esses valores, uma vez que a Igreja sempre condenou a ambição material e a busca desenfreada por lucro. O texto, também, denuncia as autoridades religiosas que se deixam seduzir pelo poder do dinheiro da corrupção.
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