• Matéria: Geografia
  • Autor: lourencojr03
  • Perguntado 8 anos atrás

quais sao os desafios para a africa no seculo XXI?

Respostas

respondido por: Anônimo
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A questão que se deve colocar é saber em que medida tudo isto afecta a África, e como é que o continente se prepara para enfrentar estes desafios, bem como os que se irão colocar mais tarde. Hoje em dia é bastante difícil acompanhar os avanços da ciência e da tecnologia, nomeadamente nas áreas da biotecnologia e da nanotecnologia, da engenharia genética e outros grandes desafios científicos. O desafio que a África deve enfrentar é por conseguinte, não só o de compreender como é que as novas descobertas científicas podem ter um impacto nas nossas sociedades, mas também o de ser verdadeiramente um "continente da ciência".

A rapidez das mudanças em praticamente todas as esferas da vida social, tanto a nível local, nacional e continental, como a nível mundial torna difícil identificar os desafios que África irá enfrentar neste e no próximo século. A própria ciência está a sofrer transformações como resultado das mudanças que ocorrem na natureza e nas sociedades. Além disso, longe de ser neutras, a ciência e a tecnologia tornaram-se os principais intervenientes nas mudanças que se verificam nos sistemas de produção, comércio, relações interculturais, bem como na investigação e na formulação de respostas às mudanças climáticas. A capacidade que a ciência tem de antecipar, ler e interpretar os processos de mudança tem aumentado ao longo dos anos. A capacidade de a humanidade acompanhar os desenvolvimentos que ocorrem na natureza e de capturar as principais tendências de mudanças que têm ocorrido na sociedade irá certamente aumentar à medida que a própria ciência irá desenvolver-se. Portanto, a lista das questões que podem ser considerados grandes desafios para o século XXI , pode mudar ao longo do tempo.

A África do século XXI

A África entrou no século XXI sem que se tenha conseguido resolver muitos problemas, nomeadamente os ligados à pobreza, urbanização rápida e à governança urbana, à questão nacional, integração regional, desigualdade de género, insegurança alimentar, os conflitos e a violência, e o facto de ocupar uma posição subalterna, senão de dominada na governança mundial. O peso do passado constitui um grande handicap para a África, nomeadamente o do colonialismo e o do neocolonialismo. Os efeitos do tráfico de escravos, da colonização e do neocolonialismo que a África sofreu ainda se fazem sentir. O tráfico de escravos, o colonialismo e a dominação neo-colonial tiveram separadamente e em conjunto como consequência, a supressão das liberdades, a violação dos direitos humanos e da dignidade dos povos do continente, bem como a pilhagem dos recursos humanos, naturais e intelectuais, o que levou que o historiador pan-africanista Walter Rodney tivesse falado do "subdesenvolvimento" do continente africano. Entre as principais deficiências do continente na aurora deste século XXI, figuram igualmente o baixo nível de instrução de muitos africanos, a falta de técnicas modernas de produção e de transportes, um espaço político fragmentado e uma estrutura extrovertida das suas economias. As economias, as instituições de ensino superior e as culturas das elites foram fortemente marcadas, não por uma filosofia e estratégias de desenvolvimento guiadas pelos interesses dos povos africanos, mas por influência, não necessariamente libertadoras, provenientes de países do Norte. 
No entanto, a África do final da primeira década do século 21 não é exactamente a mesma que a África do início dos anos sessenta que acabara de se libertar do jugo colonial. Da mesma forma, os desafios de hoje não são os mesmos dos anos 60. Mesmo que ainda haja alguns com os quais o continente vem-se confrontando desde os primórdios da independência, eles colocam-se de forma diferente no contexto actual. Isto é particularmente verdade para as questões de governação e de desenvolvimento, que na sua maior parte, ainda estão à espera de solução.

Contudo, tudo leva a crer que estas questões têm assumido uma dimensão e pertinência particulares. A celebração do 50 º aniversário das independências africanas em 2010 foi uma ocasião para os investigadores africanos fazerem um balanço dos 50 anos de independência, um balanço que revelou ser mitigado. É certo que houve muitas conquistas em termos de desenvolvimento social e económico. Foram feitos enormes progressos em matéria de educação e saúde, e alguns países conseguiram edificar com sucesso sistemas democráticos de governação, especialmente depois da onda de Conferências Nacionais (na África Ocidental e Central) do final dos anos 1980 e inícios dos anos 1990. A queda dos regimes autoritários, o fim do apartheid, a alternância em países como o Senegal, e as profundas mudanças ocorridas na Tunísia (a revolução de jasmim), no Egipto e noutros lugares do norte da África, tornaram mais reais as perspectivas de democratização e de desenvolvimento de África.

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