Respostas
É certo que o desafio de conviver com as diferenças é uma tarefa árdua, mas precisa ser encarado como uma necessidade humana, pois ao respeitar o próximo, certamente abriremos espaços para que as nossas diferenças também sejam respeitadas, ao entender e compreender o outro abrimos uma porta para que a outra pessoa também tente nos entender e compreender.
Resposta:
Somos todos iguais?
Uma rápida leitura da constituição brasileira mostra o quanto somos iguais em direitos e deveres,
mesmo vivendo num país continental e de influências culturais variadas e ricas. No cotidiano, porém, os
preceitos constitucionais nem sempre são respeitados, nem colocados em prática.
A pessoa como ser vivo é mais que uma simples realidade biológica. Ela é definida por uma inserção
social, marcada por influências e determinantes culturais, por valores e contravalores... As sociedades, ao longo
de sua história, movem-se em base de preconceitos sociais, raciais, religiosos e políticos, dificultando, muitas
vezes, o respeito às diferenças e à integração necessária ao desenvolvimento do ser humano.
Diferença, não desigualdade
Importa estabelecer aqui uma definição clara que pode nos ajudar a entender melhor os processos sócio-
históricos e suas complicações. As diferenças são naturais porque providenciadas pela natureza; nem todos são
magros, altos, brancos. Mas as desigualdades sempre são fruto da ação humana. Alguém nasce e vive pobre em
função de uma estrutura que gera esse fenômeno. O erro está em invocar as diferenças como justificativa das
desigualdades socioeconômicas, base da sociedade de classes, e em perpetuar as estruturas geradoras das
desigualdades.
O ser humano não pode ser concebido como mero indivíduo, apesar de sua peculiaridade genética. É
também cidadão que integra uma coletividade, regida por preceitos ético-morais, que implicam na aceitação de
regras e valores. O resultado desse processo vai configurando pessoas social, econômica, cultural e até
religiosamente integradas. A razão abstrata muito nos diferencia em relação aos demais seres vivos do planeta e
precisamos usar esta capacidade para elaborar o que constitui o tipicamente humano, a partir do que já dizia
Sócrates no século 4 a.C.: “conhece-te a ti mesmo”. Estes universais mínimos não só qualificam nossas
individualidades, mas também nos fazem crescer no espírito comunitário. É o caminho que nos torna mais
pessoa, indivíduo, cidadão. Ainda, quanto mais convivemos com os demais seres, que também habitam nosso
planeta, tanto mais humanizamos.
Pessoa, o valor supremo
Somos iguais! As diferentes raças humanas são, na verdade, rótulos superficiais - uma diferença para
justificar possíveis desigualdades - uma vez que, segundo a teoria evolucionista, viemos do macaco, ou então,
segundo a fé cristã, Deus criou o ser humano, tendo como protótipos Adão e Eva. Os motivos pelos quais nos
diferenciamos uns dos outros devem-se a diferenças ambientais, naturais, culturais, religiosas... A essência
humana é a mesma para todos.
Na visão cristã, a questão da igualdade, desde um ponto de vista religioso, começa no batismo. Esse
sacramento nos torna filhos do mesmo Deus Uno e Trino sem, no entanto, negar as diferenças individuais,
enfatizando a dimensão comunitária como forma de viver a plenitude humana. Embora os cristãos
compreendam que exercem diferentes papéis na comunidade com o mesmo fim, nem sempre entendem que este
fator não pode ser gerador de desigualdades, preconceitos ou discriminações.
Para Kant, a pessoa é um valor supremo. Não é objeto, não tem preço, não pode ser trocada por outro
objeto, nem utilizada como meio para alcançar qualquer fim. A dignidade humana exige o respeito
incondicional de todos, indistintamente. O dever do respeito aplica-se a todos os seres humanos, sem exceção.
Como ser livre e consciente, o ser humano existe de forma absoluta. Nesta perspectiva, é inaceitável qualquer
tipo de humilhação e desvalorização do outro.
Pense e Responda
Explicação: