• Matéria: Filosofia
  • Autor: askerne23
  • Perguntado 8 anos atrás

(UFMA - adaptada) Leia o texto.

A alma é imortal: Deus, que é bom, criou-a para ser feliz. Depois da morte, as recompensas coroam a virtude, suplícios atormentam o crime. Embora esses dogmas pertençam à religião, os utopianos pensam que a razão pode induzir, por si mesma, a crer neles e a aceitá-los. Não hesitam em declarar que, na ausência desses princípios, fora preciso ser estúpido para não procurar o prazer por todos os meios possíveis, criminosos ou legítimos. A virtude consistiria, então, em escolher, entre duas volúpias, a mais deliciosa, a mais picante; e em fugir dos prazeres a que se seguissem dores mais vivas do que o gozo que tivessem proporcionado.

MORE, Thomas. A utopia. Tradução de: ANDRADE, Luis de. São Paulo: Nova Cultural, 1988. (Adaptado)



A natureza da felicidade humana e a possibilidade de sua realização estão entre as principais questões estudadas pela filosofia grega antiga. São discutidas no interior de uma ética e relacionadas a noções de virtude e de justiça. Sabe-se que uma das características principais do humanismo, presente no pensamento renascentista, é justamente a releitura dos filósofos antigos, buscando integrá-los à concepção cristã de vida.

Nesse contexto, a concepção ética do povo utopiano, descrita na obra A utopia, de Thomas More, pode ser considerada, mais aproximadamente, uma revalorização

Escolha uma:
a. do platonismo, na medida em que separa os prazeres em duas classes (os relacionados ao corpo e os relacionados à alma) e afirma que a felicidade estaria no gozo dos prazeres relacionados à alma, devendo-se desprezar os prazeres do corpo.
b. do estoicismo, na medida em que defende que a felicidade consiste na tranquilidade ou na ausência de perturbação, alcançada por meio do autocontrole, da contenção e da austeridade, desprezando-se todo tipo de prazer.
c. do epicurismo, na medida em que defende que a felicidade consiste no gozo dos prazeres, mas não de todo e qualquer prazer, apenas os bons e honestos, devendo ser rejeitados os que levam a dores mais intensas do que o gozo proporcionado.
d. da sofística, na medida em que defende que a felicidade consiste em se obter o máximo de prazer possível, especialmente os que nos advêm das honras, do sucesso e das riquezas materiais.
e. do aristotelismo, na medida em que defende que a felicidade é uma “virtude da alma segundo a virtude perfeita” e que essa virtude consistiria em uma espécie de mediania, de meio-termo entre dois extremos.

Respostas

respondido por: Kfranco23
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A alternativa correta é:

c. do epicurismo, na medida em que defende que a felicidade consiste no gozo dos prazeres, mas não de todo e qualquer prazer, apenas os bons e honestos, devendo ser rejeitados os que levam a dores mais intensas do que o gozo proporcionado.

No texto que acompanha a questão, podemos encontrar fragmentos que remetem ao epicurismo, a exemplo de:

"A virtude consistiria,[...] em fugir dos prazeres a que se seguissem dores mais vivas do que o gozo que tivessem proporcionado".

A ética epicurista reflete acerca do gozo dos prazeres que fazem bem à alma humana, especialmente os prazeres naturais. O homem precisa discernir entre aquilo que é benéfico a si e aquilo que somente traz bem estar momentâneo, mas prejuízos posteriores. São estes que ele deve rejeitar.






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