Leia o texto a seguir, de Luis Fernando Veríssimo, e responda às questões de 1 a 3.
Alegrias
Um caminhão de limpeza pública recolhendo o lixo. Lixeiros se cruzam, pegando sacos de lixo na calçada dos dois lados da rua e atirando os sacos na parte traseira de um caminhão. Enquanto trabalham, os lixeiros conversam, aos gritos, e dão gargalhadas. É quando se abre a janela de um segundo andar e um homem olha para a rua.
— Que história é essa? — grita o homem.
Os lixeiros param e olham para cima. Um deles pergunta:
— O que foi, vizinho?
— Que alegria é essa?
Os lixeiros se entreolham.
— Tamo incomodando?
— Quanto vocês ganham? — pergunta o homem do segundo andar.
Um dos lixeiros diz quanto ganham.
— E como é que vocês estão alegres desse jeito?
— Bom, doutor, é que...
— Eu ganho dez vezes isso e vivo preocupado.
Os lixeiros não sabem o que dizer.
— Desculpe se nós acordamos o senhor...
— Eu não estava dormindo. Quem consegue dormir com tanta preocupação?
Outro lixeiro abre os braços.
— Desculpe, né, vizinho?
— Eu não sou seu vizinho! Você deve morar num barraco de vila e eu moro aqui, com todo o conforto. E sabe quando foi a última vez que eu ri como vocês estão rindo?
— Quando, doutor?
— Eu não me lembro!
O motorista do caminhão se impacienta e diz para os outros:
— Vamlá. Vamlá.
Os lixeiros começam a se afastar. O homem se debruça para fora da janela e grita:
— Como é que vocês conseguem rir desse jeito?
Um lixeiro, já correndo para pegar outro saco, responde por cima do ombro.
— É o jeito, né, padrinho.
— Inconscientes! — grita o homem. — Inconscientes! Parem de rir!
Mais tarde os lixeiros comentam entre si:
— Pô. Coroa sem cintura!
(Crônicas da vida pública. Porto Alegre: L&PM, 1996. p. 72-3.)
1. No texto há um desentendimento do morador com os lixeiros. O que gera esse conflito é
a) a alegria dos lixeiros.
b) o barulho feito pelos lixeiros e pelo caminhão de lixo.
c) ser chamado de vizinho por um dos lixeiros.
d) o fato de o morador ser uma pessoa preocupada.
2. Assinale a passagem que apresenta informalidade de linguagem:
a) "— E como é que vocês estão alegres desse jeito?"
b) "— Tamo incomodando?"
c) "— Desculpe se nós acordamos o senhor... "
d) "— Eu ganho dez vezes isso e vivo preocupado."
3. Entende-se pelo comentário" — Pô. Coroa sem cintura!" que o morador:
a) desrespeita quem está trabalhando.
b) precisa reduzir a gordura.
c) não sabe conviver com o que a vida lhe oferece nem "dançar conforme a música".
d) preocupa-se com o que não lhe diz respeito.
Respostas
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216
1°. letra 'a': O conflito começa porque o morador vê a alegria dos lixeiros, mas não consegue compreender o motivo dessa alegria.
2°. letra 'b': A informalidade é representada pelo "tamo", que na linguagem culta seria usado o "estamos".
3°. letra 'c': Jogo de cintura é uma expressão coloquial usada para descrever pessoas que se adaptam a situações difíceis, como o morador diz que não consegue dormir com tanta preocupação se mostra "sem cintura" ou sem "jogo de cintura"
2°. letra 'b': A informalidade é representada pelo "tamo", que na linguagem culta seria usado o "estamos".
3°. letra 'c': Jogo de cintura é uma expressão coloquial usada para descrever pessoas que se adaptam a situações difíceis, como o morador diz que não consegue dormir com tanta preocupação se mostra "sem cintura" ou sem "jogo de cintura"
yasmimp2:
valeu
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85
1. Alternativa A.
O que gera o conflito entre o morador e os lixeiros é a alegria dos lixeiros. O morador se sente incomodado com as risadas do lixeiro, enquanto ele nem se lembra da última vez que riu.
2. Alternativa B.
A frase "tamo incomodando" apresenta informalidade de linguagem, pois "tamo" é uma forma abreviada do verbo "estamos".
3. Alternativa C.
A expressão "Coroa sem cintura" quer dizer que o morador não tem "jogo de cintura", não sabe "dançar conforme a música", ou seja, não sabe aproveitar os bons momentos que a vida lhe oferece, ver o lado bom das coisas.
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https://brainly.com.br/tarefa/20382845
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