O Capitão Vitorino Carneiro da Cunha tinha cinco mil-réis no bolso. Daria para o telégrafo de protesto. O que mandaria dizer ao presidente? O que mandaria dizer ao Coronel Rego Barros? E as palavras se formavam na sua cabeça. Em nome do povo do Pilar, em nome dos cidadãos honestos do município, pediria garantia dos poderes públicos [...]. Vitorino Carneiro da Cunha não faria como o primo José Paulino que tolerava o bandido. Podia o seu sangue correr, podiam arrancar-lhe a vida. Era homem para sustentar as suas opiniões, para enfrentar os perigos.
REGO, José Lins do. Ficção Completa, Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1987 v.2.
Ao utilizar-se, no fragmento acima, do discurso indireto livre, o autor da narrativa procura transmitir, ao leitor, uma visão sobre o personagem, que envolve
[A] o seu perfil psicológico, por meio dos pensamentos expostos.
[B] sua construção caricatural, pela descrição pouco realista do perfil.
[C] uma abordagem irônica, que deve ser entendida no sentido contrário.
[D] sua postura idealizada, com uma ótica marcada pelo subjetivismo.
[E] um perfil muito próximo do surrealismo, marcado pelo afastamento do racional.
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[A] o seu perfil psicológico, por meio dos pensamentos expostos.
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