Respostas
Com o advento do século XX, e na transição para o século XXI, aprendemos a rodear-nos dos mais variados meios de comunicação que possibilitam o nosso contacto constante com a informação. A invenção e larga disponibilização de meios de comunicação como o rádio e a televisão possibilitaram a massificação da informação, e a versatilidade no seu consumo: a possibilidade de absover informação enquanto se conduz ou se come o pequeno-almoço. Vivemos, certamente, num nevoeiro de informação.
Tudo isto parece notável, e certamente louvável. Mas poderá este nevoeiro de informação aumentar o nosso entendimento sobre o mundo que nos rodeia? Dificilmente. O relato dos factos não explica os fundamentos causais: o nevoeiro de informação deve ser colocado em perspectiva. Se ocorre um atentado suicida na Faixa de Gaza, importa saber como e quando o evento se deu, assim como todos os dados factuais. Mas, tão importante como o facto, é entender as motivações, profundamente enraízadas no estudo da Ciência Social, na Filosofia e na Teologia.
Um dos grandes problemas na comunicação social tradicional é o empacotamento de ideias para consumo rápido. Os meios de comunicação retiram o essencial de cada ideia, empacotam-na e revestem-na com uma camada retórica que a torna acessível e facilmente integrável na rede epistemológica do consumidor. Ou seja, dispensam o consumidor da sua responsabilidade de pensar criticamente sobre a ideia, antes de a integrar. É como gravar um DVD, e recorrer à leitura do dito DVD sempre que necessário.
A leitura, e sobretudo, a leitura de obras essenciais à estruturação da cultura ocidental, é um dos meios que levam à expansão do entendimento, e que tornam possível a perspectivação de factos em estado puro. A leitura coloca-nos em contacto directo com o pensamento do autor, com as suas considerações sobre uma parte da realidade, permitindo-nos construir uma interpretação crítica dos seus argumentos, ao invés de espantalhos.