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Em tempos idos, a economia de crescimento zero foi uma utopia de alguns economistas com tendências ecologistas. Diziam eles que, para a pegada ecológica do Homem não aumentar, mais tarde ou mais cedo a economia teria que se reduzir a um estado estável, isto é, de crescimento nulo.
Estamos muito longe de tal estado, pelo contrário, a economia mundial cresce atualmente a bom ritmo - nos países do (antigamente chamado) Terceiro Mundo. Mas o crescimento zero é cada vez mais uma realidade evidente nos países do (antigamente chamado) Primeiro Mundo, ou (expressão ainda corrente) Ocidente.
O crescimento zero é uma fatalidade causada por uma demografia estagnada. Populações decrescentes consomem cada vez menos. Populações envelhecidas têm cada vez menor apetência mesmo para os produtos daquelas inovações tecnológicas (aliás cada vez mais escassas) que ainda surgem. É difícil ensinar um cidadão de 60 anos a utilizar um smartphone.
Numa economia de crescimento zero a dívida dos Estados é fatal. No passado, todas as dívidas dos Estados acabaram, ou em defaults, ou reduzidas à irrelevância pelo crescimento económico. Uma dívida estatal é sustentável quando a taxa de crescimento das receitas do Estado é igual ou superior à taxa de juro paga por essa dívida. Ora, numa economia de crescimento zero, toda e qualquer taxa de juro - exceto uma taxa de juro islâmica, ou seja, nula - é insustentável. Numa economia de crescimento zero, toda e qualquer dívida estatal cresce sem parar até ao default final.
Penso que é a uma tal situação que temos que nos adaptar. A empobrecida demografia portuguesa não nos deixa muitas outras hipóteses.