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Para Amós Oz ambos os povos buscam um estado soberano, e ao fazerem isso, desejam o mesmo pequeno espaço de terra - o que causa um conflito que parece interminável.
Os povos palestino e judeu vivem espalhados pelo globo, mas o único território que eles possuem está naquela região.
Por isso, segundo o autor, a única maneira viável de acalmar os ânimos seria dividir o território na palestina em duas nações completamente soberanas.
Espero ter ajudado!
Em tempos em que a literatura, muitas vezes, se assemelha a um campo de travessuras verbais insossas, com pouco esforço de articulação entre experiência e imaginação do autor, é um alento deparar-se com um romance denso e coeso como Judas, do escritor israelense Amós Oz.
Da leitura dessa obra emana o perfume e a sonoridade da Terra Santa, espaço de referência para as três grandes religiões monoteístas (Judaísmo, Cristianismo e Islamismo), sem nenhum ranço didático ou caricatural, fundindo-se naturalmente com a modernidade.
A trama se passa em Jerusalém, em 1958, dez anos após a fundação do Estado de Israel.
Shmuel é um jovem universitário israelense, que busca uma forma de refugiar-se de seus tormentos emocionais (a ruptura de um namoro) e de seu fracasso acadêmico (é obrigado a interromper uma tese sobre a vida de Jesus, sob a ótica dos judeus, por falta de recursos financeiros, devido à falência da empresa de seu pai, que o ajudava). Nota-se, aqui, como o próprio Amós Oz se expõe nessa ousada interpretação da história de Judas, já que é considerado, por muitos, em Israel, um traidor, por defender a coexistência de dois Estados distintos na região.
Para além do engajamento político de Judas, empolgante por sua ampla visão histórica, destacam-se os planos narrativos da obra, que se interligam por meio de uma escrita reflexiva, que nos faz compreender o presente à luz do passado - ainda que esse passado remonte aos tempos bíblicos.
Ao seguirmos a aventura do estudante que questiona a todos, e que por muito pouco se emociona, acabamos por testemunhar sua iniciação amorosa com Atalia e sua amizade crescente com Wald. É quando os conflitos entre judeus e árabes se transmutam nos abismos insondáveis que aproximam homens e mulheres.
Por outro lado, a resistência de Atalia em se envolver com Shmuel bem como a dificuldade de Wald em manifestar seu afeto pelo jovem fazem-nos compreender como a nossa capacidade de amar pode ser minada pela guerra. Contudo, Amós Oz, ao término do romance, insinua que as divergências da Terra Santa, onde o ódio não se faz de rogado, podem vir a ser transpostas um dia, embora de forma ainda desconhecida por nós.
ESPERO TER AJUDADO MUITO :) :) :) :) :)
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