• Matéria: ENEM
  • Autor: StellaOla293
  • Perguntado 8 anos atrás

Exmº Sr. Governador:
Trago a V. Exa. um resumo dos trabalhos realizados pela Prefeitura de Palmeira dos Índios em 1928.
[...]
ADMINISTRAÇÃO
Relativamente à quantia orçada, os telegramas custaram pouco. De ordinário vai para eles dinheiro considerável. Não há vereda aberta pelos matutos que prefeitura do interior não ponha no arame. proclamando que a coisa foi feita por ela; comunicam-se as datas históricas ao Governo do Estado, que não precisa disso; todos os acontecimentos políticos são badalados. Porque se derrubou a Bastilha – um telegrama; porque se deitou pedra na rua – um telegrama; porque o deputado F. esticou a canela – um telegrama.
Palmeira dos Índios, 10 de janeiro de 1929.
GRACILlANO RAMOS
(RAMOS, G. Viventes das Alagoas. São Paulo: Martins Fontes, 1962).

O relatório traz a assinatura de Graciliano Ramos, na época, prefeito de Palmeira dos Índios, e é destinado ao governo do estado de Alagoas. De natureza oficial, o texto chama a atenção por contrariar a norma prevista para esse gênero, pois o autor

a) emprega sinais de pontuação em excesso.
b) recorre a termos e expressões em desuso no português.
c) apresenta-se na primeira pessoa do singular, para conotar intimidade com o destinatário.
d) privilegia o uso de termos técnicos, para demonstrar conhecimento especializado.
e) expressa-se em linguagem mais subjetiva, com forte carga emocional.

Respostas

respondido por: miriamarela
27
O relatório, por definição, deveria ser impessoal e neutro. Na peça de Graciliano Ramos, ocorre o contrário: apelo subjetivo e, por vezes, sentimental.

Letra E
respondido por: EduardoPLopes
52

É correta a alternativa E.

O relatório em questão é marcado pelo uso de linguagem oficial e em norma culta, mas que está recheada de expressões "pouco oficiais" ou "pouco políticas", como se esperaria de uma comunicação do tipo.

O autor (o literato Graciliano Ramos) usa de uma linguagem irônica para criticar atitudes que ele vê como desnecessárias na condução da administração pública (como o envio de telegramas desnecessários, que custam dinheiro).

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