O amor é uma antiga questão que toca a reflexão humana.Os gregos se dedicaram a essa reflexão.Para eles há três tipos de amor.Quais São eles?
Respostas
Eros é o amor carnal, o amor entre homem e mulher, o amor que aproxima duas pessoas que possuem sede de se conquistar. É o amor que pode ser repleto de paixões inebriantes. Interessante que no livro do Cântico dos Cânticos exalta se este amor erótico como um presente que Deus concedeu ao ser humano: “como são ternos teus carinhos, minha irmã e minha noiva! Tuas carícias são mais deliciosas que o vinho; teus perfumes, mais aromáticos que todos os bálsamos” . E, ao final, a noiva precisa reconhecer: “porque é forte o amor como a morte… Águas torrenciais não conseguirão apagar o amor, nem rios poderão afogá-lo. Se alguém quisesse comprar o amor com todos os tesouros da sua casa, receberia somente desprezo”
Filia é o amor de amizade. É o amor que não monopoliza, não escraviza, não cria dependentes. É o amor que vive a alegria de se comunicar com alguém do jeito que a pessoa é. Esse amor culmina na disposição de expor a vida em benefício do outro. Jesus refere-se a este ideal quando fala de si: “ninguém tem maior amor do que aquele dá a vida pelos amigos” (Jo 15,13). Na vida precisamos cantar, celebrar as amizades. Para Epicuro, filósofo grego nascido em Atenas, a amizade é o máximo que a sabedoria da felicidade nos pode oferecer na vida. Os gregos, nas palavras de Anselm Grün, foram o povo da amizade. Muitas relações são verdadeiramente valiosas porque cresceram sobre o bojo da amizade. Na canção de Rui Biriva se canta “amizade é dom divino da paz. É poesia e violão cantando a mesma canção com duas vozes iguais. São os diamantes da vida que brilham nos olhos da gente. Um amigo é para sempre”.
Ágape é o amor divino, o amor em estado puro. É o amor que é fundado na fé e por ela plasmado. É um benquerer de coração não só ao amigo, mas a todas as pessoas. Não se limita às nossas relações cotidianas e habituais: se estende e prolonga-se até mesmo com aqueles que não temos contato direto. É também o amor de Deus por nós e o nosso amor por Deus. O ágape não quer nada dos outros nem de Deus, não é interesseiro e não espera recompensas e premiações por seus gestos, ama os outros por causa deles mesmos. O ágape não se mistura com os desejos de posse e vontade de dominar e explorar, não é um amor por “piedade” ou por cumprimento de deveres morais/religiosos mas, nasce da disponibilidade para ir ao encontro do próximo e demonstrar-lhe o amor que nos torna sensíveis também diante de Deus. É neste amor que experimentamos, no serviço ao próximo, o modo com que Deus me ama e tudo o que ele faz por mim e pela humanidade. É o amor reflete o amor divino. É o ápice do amor – união do eros, filia, doação total – pelo qual ansiamos no mais profundo de nosso ser (cf. Hino do Amor, de Paulo, em 1Cor 13, 1-13).