Por que o Partido Comunista Chinês desaíia a democracia
[Em 2011] Na cerimônia de abertura do 182 Congresso do Partido Comunista Chinês (PCCh), o líder chinês Hu Jintao, que conclui seu mandato, declarou, "Nós não seguiremos o antigo caminho do passado, rígido e estreito, nem tomaremos o mau caminho de mudar nossa bandeira.". A declaração decepcionou os que esperavam gestos em direção à reforma política e algumas mídias e pessoas voltaram os olhos esperançosos para o novo líder chinês Xi Jinping.
No final de 1990, a China entrou num período, que ainda dura, em que pessoas de poder começaram a pilhar fortunas implacavelmente com pouco risco. O sistema atual na China garante o controle total do grupo de interesse do PCCh sobre todos os recursos do Estado em nome do (ou para o) povo. (Os recursos incluem a terra urbana e rural, florestas, rios, minas e outros recursos naturais, bem como os direitos de decisão sobre indústrias especiais.)
O Estado, então, decide como alocar receitas desses recursos públicos. A porção que o Estado chinês usa do PIB cresceu de um quarto para um terço, mesmo com o aumento do PIB. Portanto, bens públicos se tornaram uma fonte de riqueza para uns poucos privilegiados e as pessoas próximas a eles.
Nas últimas duas décadas, o crescimento da China veio principalmente da terra, mineração, serviços financeiros e do mercado de ações, enquanto os projetos públicos ofereceram inúmeras oportunidades para subornar os oficiais. De "aristocratas vermelhos" e oficiais provinciais aos camaradas das aldeias locais, todos no sistema tem se aproveitado destes recursos públicos. (...)
O PCCh é o fazedor das regras, um jogador neste jogo de monopólio, assim como o juiz do comportamento do mercado. Por que razão eles desejariam mudar este sistema único que protege seu próprio grupo?
Portanto, os comentários de Hu Jintao sobre não tomar o "antigo caminho do passado, rígido e estreito" dirigia-se ao grupo privilegiado. Na era Mao, embora o governo estivesse no controle total de todos os recursos, os oficiais não foram aben çoados com um mercado em que podiam negociar poder por dinheiro e as diferenças entre altos oficiais e populares ainda eram pequenas.
Mas agora, a diferença aumentou exponencialmente com a combinação atual de regime totalitário e economia de mercado, enquanto o regime tem todos os recursos do país sob seu rígido controle. Em tal sistema, os oficiais convenientemente fazem parceria com pessoas de negócios para negociar poder por riqueza e depois escondê- -la no exterior. As elites poderosas e privilegiadas têm acumulado uma fortuna grande o suficiente para sustentarem uma vida de luxo por várias gerações.
(HE. Qrnghan. Por que o Partido Comunista Chinês desafia a democracia. Epoch Times. 17. nov. 2012. Disponível em: . Acesso em: 1® fov. 2016).
1. Com base na leitura do texto, qual é a opinião da autora sobre a democracia na China? Ela concorda com os rumos políticos e econômicos que o país está tomando?
2. Segundo a autora, quais as relações entre a fala de Hu Jintao sobre não tomar o "antigo caminho do passado, rígido e estreito" com o título do artigo: "Por que o PCCh desafia a democracia"?
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Olá!
1) De acordo com a autora, a "democracia chinesa" pende para um processo de enriquecimento da elite que obtêm as vantagens territoriais na China e tem possibilidades de manter suas fortunas fora do país. Claramente ela está em desacordo com esta prática.
2) Em sua nova relação com o mercado internacional, o aspecto financeiro das elites chinesas enxergam possibilidades que não existiam quando o caminho era “rígido e estreito”, ou seja, quando fechados para a economia mundial Este viés da base ao que dissemos acima.
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