/[...] no período em que os conflitos religiosos se generalizaram [católicos x protestantes, no século XV], alguns letrados observaram que a liberdade de consciência - e de crítica - era incompatível com a paz: a discordância pública sobre o que era certo ou errado levaria à guerra. Deste modo passaria a existir uma nítida divisão entre o mundo exterior, político, no qual só quem fala é o monarca, e o mundo interior, em que o indivíduo esconde a sua consciência. É justamente aí, no espaço secreto da consciência, que vai se desenvolver o esclarecimento. O processo do esclarecimento é a projeção para o mundo público desta nova racionalidade. Isso terá um impacto ainda maior na medida em que o século XVIII vai conhecer uma inédita expansão da alfabetização e um significativo barateamento da produção de textos. Um autor que simboliza esta transposição de atitude de um mundo privado e científico para um mundo público e político é [...] John Locke, através do seu Ensaio sobre o entendimento humano, de 1690. Para ele, a capacidade individual de formar juízo existe independente da vontade do soberano, independente da autorização estatal [...]. A sociedade se submete às suas próprias leis morais, que têm a mesma importância das leis civis (criadas pelo governo). Forma-se, paulatinamente, a chamada 'opinião pública', capaz de definir o que é uma ação virtuosa - que deve ser encorajada; e uma ação viciosa - que é objeto de censura. A razão, materializada no infinito processo de crítica, legitima a si própria. É este o mundo dos letrados do início do século XVIII, no qual as idéias são evidentemente conflitantes. Mas a atitude de discutir publicamente, por escrito, sobre todos os assuntos se tornaria a regra da atividade intelectual nos países que conheceram o esclarecimento (daí a impropriedade de um 'absolutismo esclarecido'). [...] A ilustração, ou esclarecimento, não é um conjunto de idéias: é a atitude de falar publicamente usando a própria razão e recusando as explicações tradicionais. Os resultados deste método nem sempre formam um conjunto coerente e definitivo de idéias - assim como seria incoerente com o esclarecimento se acreditássemos que as noções correntes de liberdade e democracia devem estar isentas de crítica
1. De acordo com o texto, por que antes do iluminismo não era possível aos indivíduos expressarem-se livremente na esfera pública? A quem era reservado esse direito?
2. Qual é a relação, segundo o autor, entre consciência individual e iluminismo? Justifique sua resposta com trechos do texto.
Respostas
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99
Boa tarde!
Com base no enunciado acima, podemos compreender que:
A - No período que antecedia o Iluminismo, o homem se baseava na fé e nos dogmas desenvolvidos pela política e a igreja, então, este direito era reservado aos entes dominantes, ou seja, as classes mais nobres.
B - A consciência individual é um fato que possui relação com o iluminismo que acredita na razão como a cura para os problemas de uma determinada sociedade, assim como no conhecimento para o entendimento humano, assim, no seguinte trecho: "Forma-se, paulatinamente, a chamada 'opinião pública', capaz de definir o que é uma ação virtuosa." Ele afirma corretamente o fato apresentado.
Bem, espero ter ajudado.
Um abraço.
Com base no enunciado acima, podemos compreender que:
A - No período que antecedia o Iluminismo, o homem se baseava na fé e nos dogmas desenvolvidos pela política e a igreja, então, este direito era reservado aos entes dominantes, ou seja, as classes mais nobres.
B - A consciência individual é um fato que possui relação com o iluminismo que acredita na razão como a cura para os problemas de uma determinada sociedade, assim como no conhecimento para o entendimento humano, assim, no seguinte trecho: "Forma-se, paulatinamente, a chamada 'opinião pública', capaz de definir o que é uma ação virtuosa." Ele afirma corretamente o fato apresentado.
Bem, espero ter ajudado.
Um abraço.
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