• Matéria: Português
  • Autor: Yukyne6431
  • Perguntado 8 anos atrás

Queremos agora contar-vos em alguns romances histórias verdadeiras que todos vós já sabeis, sendo certo que em as já saberdes é que pode consistir o único merecimento que porventura tenha este trabalho: porque na vossa ciência e na vossa consciência se hão de firmar as verdades que vamos dizer. Serão romances sem atavios, contos sem fantasias poéticas, tristes histórias passadas a nossos olhos, e a que não poderá negar-se o vosso testemunho. Não queremos ter segredos, nem reservas mentais convosco. É nosso empenho e nosso fim levar ao vosso espírito e demorar nas reflexões e no estudo da vossa razão fatos que tendes observado, verdades que não precisam mais de demonstração, obrigando-vos deste modo a encarar de face, a medir, a sondar em toda sua profundeza um mal enorme que afeia, infecciona, avilta, deturpa e corrói a nossa sociedade, e a que a nossa sociedade ainda se apega semelhante a desgraçada mulher que, tomando o hábito da prostituição, a ela se abandona com indecente desvario. E o empenho que tomamos, o fim que temos em vista adunam-se com uma aspiração generosa da atualidade, e com a exigência implacável da civilização e do século. MACEDO, J. M. de.As vítimas-algozes: quadros da escravidão. 4. ed. São Paulo: Zouk, 2005. p. 7. é correto afirmar sobre o fragmento e a obra: (01) O enunciador, em texto dirigido aos leitores, explicita seu propósito de denunciar a escravidão e de convocar seus contemporâneos a agir pela extinção do trabalho escravo. (02) A escravidão como prática do passado contradiz, segundo o texto, já no momento em foco, os anseios de uma sociedade moderna e democrática. (04) A crítica à escravidão aparece ilustrada no trecho “Simeão odiava o senhor, que o castigara com o açoute, odiava a senhora que nem sequer o castigara, e, inexplicável nuança ou perversão insensata do ódio, odiava mais que a todos Florinda, a senhora-moça, a santa menina que ofendida, insultada por ele, tão pronta lhe perdoara a ofensa, tão prestes se precipitara a livrá-lo do açoute. O negro escravo é assim.” (08) O discurso “E sempre que puserdes a mão em um desses feiticeiros, encontrareis nele um negro escravo... ou algum seu iniciado. E tomai sentido e precauções: o escravo, não nos cansaremos de o repetir, é antes de tudo natural inimigo de seu senhor; e o escravo que é feiticeiro, sabe matar.”, extraído do contoPai-Raiol, o Feiticeiro,contradiz as aspirações do enunciador do fragmento da obra em análise. (16) O trecho "Quem pede ao charco água pura, saúde à peste, vida ao veneno que mata, moralidade à depravação, é louco. Dizeis que com os escravos, e pelo seu trabalho vos enriqueceis: que seja assim: mas em primeiro lugar donde tirais o direito da opressão?...” exalta as virtudes do senhor em contradição com a depravação e a maldade do escravo.

Respostas

respondido por: waltercaminha
4
Olá, tudo bem? Vou te ajudar nessa questão:

Vamos analisar cada uma das afirmativas e somar os pontos das verdadeiras:

(01) Verdadeira. O penúltimo parágrafo do trecho explicita essa ideia.

(02) Verdadeira. O último período do trecho demonstra que a escravidão vai de encontro com a "exigência implacável da civilização e do século".

(04) Verdadeira. O trecho mencionado demonstra o resultado dos castigos da escravidão na subjetividade negra.

(08) Falsa. Os discursos comparados não apresentam uma relação de contradição.

(16) Falsa. O trecho mencionado ressalta a maldade e vileza do senhor, questionando a natureza de sua suposta autorização para escravizar.

Logo a resposta correta é 01 + 02 + 04 = 07.
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