O que mudou no ensino da disciplina de história no período de 1985, período esse conhecido como Redemocratização?
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A história enquanto disciplina autônoma surgiu durante o século XIX na França. Nesse
momento, ela tinha a finalidade de criar a genealogia da Nação e o Estado da mudança. Ela estava
fundamentada naquele discurso enciclopédico, no método científico e nas concepções positivistas.O
papel principal da história, portanto, seria construir o passado tal como fora, revelando heróis
nacional e os grandes fatos. Os estudos na França partem de uma visão européia transplantada,
preocupada com aspectos políticos e ignora as causas que movem os homens: relata o intervir de
homens elevados à categoria de heróis, omitindo a participação das maiorias silenciosas dos fracos
e dos vencidos. Daí o início do ensino de história no Brasil, contada a partir dos “grandes homens”
Por volta de meados do século XIX, no período da Pós Independência até a contexto da
Proclamação da República (1889), a ideia para o ensino de história consistiu em preparar as elites
para a direção da sociedade e para exercício do poder . Assim, durante as primeiras reformas
republicanas até a década 1880, o que propunha-se era a formação do cidadão, dando-lhe a
consciência de pertencer a uma nação que se consolidava conforme os ideais da democracia liberal.
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É perceptível, que o ensino de história visava atender uma sociedade que não pensasse por si só,
pois esse ensino surgia como mero suplemento da história européia, nunca como protagonista. Era
relegada aos finais do ensino ginasial e consistia,fundamentalmente, num repertório de biografias de
homens ilustres, datas e batalhas.(NADAI,1984, p.146).
Com o surgimento do Colégio D.Pedro II, no ano de 1837, na regência de Araújo Lima, o
ensino de História passou a ser obrigatório, sendo inspirado no modelo francês. Predominavam os
estudos literários voltados para um ensino clássico e humanístico e destinados aos elementos
pertencentes das elites brasileiras. Com a criação do IHGB (Instituto Histórico Geográfico
Brasileiro ) no mesmo ano, houve uma série de trabalhos que geraram conseqüências para o ensino
da História nacional. O Instituto defendia a tese do Brasil miscigenado, formado pelos brancos,
negros e indígenas, ou seja, defendia que o nosso país era fruto dessas três elementos culturais, no
entanto defendia a superioridade do branco. Privilegiava o Estado como principal agente da História
brasileira, enfatizando os principais acontecimentos, os grandes heróis nacionais, etc.
Foi somente nas últimas décadas do século XIX, antes da Proclamação República, é que
começaram a surgir críticas a redução da História a uma classificação cronológica de dinastias ou a
um catálogo de fatos notáveis dos dois Reinados. È no contexto da História Pátria que juntamente
com a História da Civilização, tinham a missão de integrar o povo brasileiro à moderna civilização
ocidental, reforçando a visão linear, determinista e eurocêntrica da História.
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