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O longa mostra Noé (Russell Crowe), um homem de bem que recebe uma mensagem de Deus através de um sonho que lhe garante uma missão: ele precisa construir uma arca para acomodar sua família e um casal de cada uma das espécies de animais para protegê-las de um dilúvio que irá inundar o planeta e matar todos os pecadores, assassinos e infiéis.
No começo, somos apresentados a origem cronológica de Noé e da sua família, a morte de Caim e Abel, além da sua ligação com Adão e o pecado original. O nêmesis do fazendeiro é representado por Tubal-Cain (Ray Winstone), um monarca que reina entre os homens com o talento para a mineração e com a ânsia dos extrativistas. Com um maniqueísmo velado, o desenvolvimento da história tem todos os elementos de um filme blockbuster, com uma ambientação impecável cheia de detalhes.
O mundo apresentado em Noé é diferente e não se assemelha nem mesmo ao planeta em que vivemos. Trata-se de um lugar fictício, onde os bons e maus vivem separados e demarcados, com as relações entre os personagens e suas motivações sendo bem elaboradas no roteiro escrito por Aronosfky e Ari Handel. Procura-se mostrar que todos os participantes da trama são seres humanos, com suas qualidades e fraquezas. Já o dilúvio é visto como o arrependimento de Deus por ter criado o homem a sua semelhança e ele ter se tornado um pecador.
Com o apelo religioso, do visual do blockbuster e do espetáculo de efeitos especiais, há certos momentos que podem ser tediosos e arrastados, tendo um ritmo irregular, o que pode irritar alguns que esperam emoções intensas. Vale ressaltar a sempre marcante atuação de Russell Crowe, que está muito bem no papel principal e Emma Watson que continua evoluindo muito como atriz e está conseguindo tirar aos poucos a “Hermione” da sua carreira.