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Enquanto esses países emergentes sofriam colapsos financeiros, a confiança de investidores em outros países emergentes (como o Brasil e a Argentina) diminuía. Investidores se tornaram menos dispostos a investir dinheiro nestes países. Para piorar a situação argentina, em janeiro de 1999, o Brasil desvalorizou o real. Desta vez a Argentina acabou sendo fortemente atingida.
A Argentina insistiu em manter seu "currency board", paridade de um peso por um dólar, mesmo que outros mercados emergentes, incluindo seu vizinho Brasil, tivessem desvalorizado significantemente suas moedas. Sendo assim, os produtos argentinos tornaram-se mais caros em termos de dólares e menos competitivos que os produtos de outros países emergentes. Por outro lado, as importações na Argentina tornaram-se relativamente baratas, danificando as indústrias locais.
Em dezembro de 1999, Fernando de la Rua ocupou o cargo de presidente da Argentina e tomou medidas que visaram a retomada da confiança de seus investidores, crucial para o bem estar econômico de seu país. De la Rua prosseguiu estreitando a política fiscal. Estreitar a política fiscal significa aumentar impostos e/ou diminuir os gastos do governo, reduzindo a circulação de dinheiro na economia. Quando há menos dinheiro em circulação, as pessoas compram menos e assim os preços normalmente caem. Como preços altos na Argentina haviam sido considerados uma das principais razões para a recessão, a deflação parecia um passo positivo (Deflação é o oposto de inflação).
É importante ressaltar que quando um país adota um regime cambial de fixar sua moeda à outra, o país desiste do controle sobre taxas de juros (Existem explicações econômicas para isso). No caso da Argentina, que fixou sua moeda ao dólar americano, suas taxas de juros eram diretamente afetadas por decisões tomadas nos Estados Unidos. Obviamente, o Banco Central Americano não levava em conta as consequências de suas decisões sobre a economia Argentina, mas apenas sobre a americana. Então quando a Argentina entrou em uma recessão em 1996/1997, o governo - devido ao regime cambial - não tinha o poder de reduzir os juros para estimular a economia. Enquanto o país necessitava de juros mais baixos para combater sua recessão, os Estados Unidos aumentavam os juros já que a economia americana estava com a sua economia aquecida e o Banco Central Americano temia a inflação no país.
Com a moeda super valorizada, os produtos argentinos perdendo lugar no mercado mundial, e diversos anos consecutivos de recessão, muitas pessoas e investidores começaram a acreditar que o país não seria capaz de manter a paridade de sua moeda com o dólar americano. Consequentemente a população Argentina correu para retirar depósitos dos bancos e começaram a trocar pesos por dólares, temendo uma desvalorização do peso. Uma desvalorização significaria que seu dinheiro passaria a valer menos. Com a corrida para converter pesos em dólares e retirar dinheiro dos bancos, o governo argentino passou a precisar de reservas maiores de dólares para continuar satisfazendo as exigências da população. Em 1991, o governo havia garantido que todos que queriam trocar pesos por dólares poderiam fazê-lo, a qualquer hora. Foi nesse momento, mais do que nunca, que o Fundo Monetário Internacional (FMI) teve um papel crucial. O FMI forneceu à Argentina altas somas em empréstimos, incluindo um pacote de $40 bilhões em 2000 para apoiar o peso e outro de $28 bilhões em 2001. Não demorou muito para que a Argentina acumulasse uma dívida internacional quase impossível de ser paga.
Espero ter ajudado.
A Argentina insistiu em manter seu "currency board", paridade de um peso por um dólar, mesmo que outros mercados emergentes, incluindo seu vizinho Brasil, tivessem desvalorizado significantemente suas moedas. Sendo assim, os produtos argentinos tornaram-se mais caros em termos de dólares e menos competitivos que os produtos de outros países emergentes. Por outro lado, as importações na Argentina tornaram-se relativamente baratas, danificando as indústrias locais.
Em dezembro de 1999, Fernando de la Rua ocupou o cargo de presidente da Argentina e tomou medidas que visaram a retomada da confiança de seus investidores, crucial para o bem estar econômico de seu país. De la Rua prosseguiu estreitando a política fiscal. Estreitar a política fiscal significa aumentar impostos e/ou diminuir os gastos do governo, reduzindo a circulação de dinheiro na economia. Quando há menos dinheiro em circulação, as pessoas compram menos e assim os preços normalmente caem. Como preços altos na Argentina haviam sido considerados uma das principais razões para a recessão, a deflação parecia um passo positivo (Deflação é o oposto de inflação).
É importante ressaltar que quando um país adota um regime cambial de fixar sua moeda à outra, o país desiste do controle sobre taxas de juros (Existem explicações econômicas para isso). No caso da Argentina, que fixou sua moeda ao dólar americano, suas taxas de juros eram diretamente afetadas por decisões tomadas nos Estados Unidos. Obviamente, o Banco Central Americano não levava em conta as consequências de suas decisões sobre a economia Argentina, mas apenas sobre a americana. Então quando a Argentina entrou em uma recessão em 1996/1997, o governo - devido ao regime cambial - não tinha o poder de reduzir os juros para estimular a economia. Enquanto o país necessitava de juros mais baixos para combater sua recessão, os Estados Unidos aumentavam os juros já que a economia americana estava com a sua economia aquecida e o Banco Central Americano temia a inflação no país.
Com a moeda super valorizada, os produtos argentinos perdendo lugar no mercado mundial, e diversos anos consecutivos de recessão, muitas pessoas e investidores começaram a acreditar que o país não seria capaz de manter a paridade de sua moeda com o dólar americano. Consequentemente a população Argentina correu para retirar depósitos dos bancos e começaram a trocar pesos por dólares, temendo uma desvalorização do peso. Uma desvalorização significaria que seu dinheiro passaria a valer menos. Com a corrida para converter pesos em dólares e retirar dinheiro dos bancos, o governo argentino passou a precisar de reservas maiores de dólares para continuar satisfazendo as exigências da população. Em 1991, o governo havia garantido que todos que queriam trocar pesos por dólares poderiam fazê-lo, a qualquer hora. Foi nesse momento, mais do que nunca, que o Fundo Monetário Internacional (FMI) teve um papel crucial. O FMI forneceu à Argentina altas somas em empréstimos, incluindo um pacote de $40 bilhões em 2000 para apoiar o peso e outro de $28 bilhões em 2001. Não demorou muito para que a Argentina acumulasse uma dívida internacional quase impossível de ser paga.
Espero ter ajudado.
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