Respostas
No início do século XX a Rússia era governada pelo Czar, esse era um monarca autocrático, que detinha plenos poderes, pois a monarquia era baseada no direito divino dos reis, legalizado pela Igreja Ortodoxa. O poder era centrado na figura do rei, que detinha em suas mãos todo o poder de decisões, sempre amparado pela classe burguesa. Em quanto a ideologia liberal se dispersava pela Europa, os líderes russos tratavam sua população de forma arbitrária, em um sistema retrogrado de governo. Nesse momento histórico a Rússia era o país Europeu com a maior densidade demográfica, algo em torno de 175 milhões de pessoas, na qual cerca de 85% de toda população era constituída por trabalhadores rurais que reivindicavam um novo modelo agrário, um dos motivos era o alto valor de terras, assim essas tornavam-se inacessíveis aos camponeses. O trabalho escravo foi abolido na segunda metade do século XIX, acompanhado por uma política de distribuição de terras aos camponeses, no entanto essa medida não atendeu o grande número de pessoas, além disso, sobre a classe era inserido um alto índice de impostos. As técnicas defasadas contribuíam para a baixa produtividade, ocasionando a fome, incentivando manifestações e revoltas constantes. No final do século XIX emergiu na Rússia uma nova atividade econômica, a industrialização. O processo de industrialização teve origem devido à colaboração de capitais estrangeiros oriundos de países como França, Alemanha e Bélgica, e que dessa forma não ofereceu condições para surgir uma elite nacional forte. Logo as fábricas de metalurgia, mineração e tecelagem, foram sendo instaladas, favorecidas pela imensa oferta de mão-de-obra presente no país. Grande parte dos trabalhadores industriais veio do campo, geralmente ou quase sempre sem nenhum tipo de especialização, isso prejudicava a produção, pois era preciso paralisar o trabalho para realizar o treinamento. Nascia então a classe proletária, que possuía uma carga horária em média de quatorze horas desprovida de legislação trabalhista. As longas jornadas, os baixos salários e más condições de trabalho motivaram o surgimento de vários movimentos, motins e greves. No ano de 1916, cerca de 1 milhão de trabalhadores colaboraram com mais de 1500 greves, provocadas principalmente pela defasagem do ordenado e pelo aumento da inflação e taxa de desemprego. Apesar dos movimentos trabalhistas e dos problemas sociais, o governo se manteve indiferente a essas questões sem nenhum tipo de intervenção. No clímax dos movimentos e manifestações sociais e trabalhistas, surgiu um partido denominado de Partido Operário Social Democrata (POSD) em 1898, com a missão de lutar contra as injustiças sociais e políticas. Os líderes do partido, com ênfase na participação efetiva de Lênin e Trotsky, estimularam os trabalhadores a promover uma revolução, vista como única forma de tirar o Czar do poder. No ano de 1903, durante discussões do partido, ocorreu a sua divisão em dois grupos diferentes: Bolcheviques e Mencheviques. Os Bolcheviques eram a maioria no congresso, liderados por Lênin defendiam a tomada do poder por parte dos trabalhadores e camponeses e também deviam implantar um regime socialista de governo por meio de ditadura. Já os Mencheviques compostos pela minoria, tinham como líderes Martov e George Plekhanov que defendiam a união entre burguesia e proletariado, pregavam que a Rússia deveria primeiramente se desenvolver economicamente para alcançar o capitalismo e depois realizar a revolução.