• Matéria: Português
  • Autor: britosantos1978
  • Perguntado 8 anos atrás

vida e obra e marcelo da veiga

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respondido por: Andrade76
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 “Marcelo da Veiga nasceu na Ilha do Príncipe (arquipélago de São Tomé e Príncipe) a 30 de Dezembro de 1892, tendo falecido em 1976. (...)
Veio para Portugal aos 11 anos para frequentar o Colégio Caliponense, e depois os Liceus de Pedro Nunes e Liceu Passos Manuel.
Segundo informações da filha, teria cursado Medicina e Direito, de cujos cursos desistiu. Com mais de 30 anos, talvez por volta de 1028, regressou ao Príncipe, dedicando-se à exploração de uma roça que aí possuía e hoje pertence aos herdeiros. 
Em 1959 teria tomado posição pública em relação aos problemas económicos do arquipélago (...). É preso pela PIDE, em São Tomé, durante um mês. Mais tarde esteve preso em Luanda, ode foi julgado por um Tribunal Militar mas foi absolvido e voltou ao Príncipe, em Março de 1960. 
De 1962 a 1971 vive em Lisboa, na Amadora, onde escreveu e datou a maioria dos sues poemas. Em 1971 regressou à Ilha do Príncipe, voltado esporadicamente a Lisboa.
Em Lisboa conviveu com vários intelectuais e políticos, oriundos de São Tomé ou amigos destes: Mário Domingues, Hernâni Cidade, Francisco Tenreiro, Almada Negreiros e Mário Eloy entre outros. A sua colaboração poética, em grande parte, se não na sua totalidade restringiu-se a poemas publicados no Correio de África.”

" O Canto do Ossôbó "

Ossôbó! ossôbó!Como és estranho e só!Longe da ignara turba e do póEm altas francas cantas, escondido,As estranhas endechasAs magoadas queixasDe um coração ferido.
Em vão dee ntre a folhagemDe entre a espessa trama da ramagemA vista corre, indaga...Que busca ela? que quer? ronda, divaga...Cantas, modulas, não sei que penar,Ossôbó! Ossôbó!
E é quando o ar se embruscaE a natureza desolada e fuscaSe arrepela aos safanões do ventoE o chó-chó, aflito, gritaE as asas abre, a busca de um lar: que é mais aflita a tua voz; mais só o teu lamentoDir-se-ia o rugir da tormenta
Que busca ela? que quer? ronda, divagaVi e vem, teimosa,Busca e rebusca, ofegante e ansiosa...Por fim, vencida,Desiludida,Desce, cai...mas no mesmo ramo só, Ferindo o ar,Cantas, modulas, nãosei que penar.Ossôbó, ossôbó" .

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