• Matéria: Português
  • Autor: Sabrinafariasf3818
  • Perguntado 8 anos atrás

Carta de Machado de Assis a José de Alencar Rio de Janeiro, 29 de fevereiro de 1868. Excelentíssimo senhor — E boa e grande fortuna conhecer um poeta; melhor e maior fortuna é recebê-lo das mãos de Vossa Excelência, com uma carta que vale um diploma, com uma recomendação que é uma sagração. A musa do senhor Castro Alves não podia ter mais feliz introito na vida literária. Abre os olhos em pleno Capitólio. Os seus primeiros cantos obtêm o aplauso de um mestre. Mas se isto nie entusiasma, outra coisa há que me comove e confunde, é a extrema confiança, que é ao mesmo tempo um motivo de orgulho para mim. De orgulho, repito, e tão inútil fora dissimular esta impressão, quão arrojado seria ver nas palavras de Vossa Excelência, mais do que uma animação generosa. A tarefa da crítica precisa destes parabéns; é tão árdua de praticar, já pelos estudos que exige, já pelas lutas que impõe, que a palavra eloquente de um chefe é muitas vezes necessária para reavivar as forças exaustas e reerguer o ânimo abatido. [...] O fim é nobre, a necessidade é evidente. Mas o sucesso coroará a obra? E um ponto de interrogação que há de ter surgido no espírito de Vossa Excelência. Contra estes intuitos, tão santos quanto indispensáveis, eu sei que há um obstáculo, e Vossa Excelência o sabe também: é a conspiração da indiferença. — Mas a perseverança não pode vencê-la? Devemos esperar que sim. Quanto a Vossa Excelência, respirando nos degraus da nossa Tijuca o hausto puro e vivificante da natureza, vai meditando, sem dúvida, em outras obras-primas com que nos há de vir surpreender cá embaixo. Deve fazê-lo sem temor. Contra a conspiração da indiferença, tem Vossa Excelência um aliado invencível: é a conspiração da posteridade. Machado de Assis ASSIS, Machado de. Carta a José de Alencar. In: SANTIAGO, Silviano (Org.).A república das letras.Rio de Janeiro: SNEL, 2003. p. 48 e 49. (Fragmento). Ainda que tenha sido escrita nos anos finais do século XIX (1868), a composição dessa carta revela princípios que se mantêm válidos até hoje. Um deles é a) a ausência de marcas linguísticas da1-pessoa gramatical, que seriam representadas por verbos flexionados nessa pessoa. b) a utilização de linguagem informal, que ocorre em função do grau de intimidade entre o autor da carta e seu interlocutor. c) o emprego de linguagem formal, que se apresenta adequada à situação devido à pouca intimidade do autor com seu interlocutor. d) a natureza pública da mensagem, que trata da recomendação do poeta Castro Alves encaminhada ao autor da carta por José de Alencar. e) a expressão de um olhar impessoal do autor da carta sobre a recomendação do poeta Castro Alves, que fora encaminhada por José de Alencar.

Respostas

respondido por: Nataliaalvesdesouza
4
Olá:)

A resposta correta é:
c) o emprego de linguagem formal, que se apresenta adequada à situação devido à pouca intimidade do autor com seu interlocutor.

Ainda nos dias atuais, cartas são utilizadas para falar de assuntos mais sérios, portanto, a linguagem formal deve ser utilizada e nem sempre o autor da carta tem certa intimidade com quem irá ler a mesma, como por exemplo ocorre nas cartas que recebemos com avisos de bancos.

A alternativa A esta errada pois na carta existem marcas de primeira pessoa, como por exemplo: "
De orgulho, repito''.

A alternativa  B está incorreta porque a linguagem da carta não é informal.


A alternativa D está errada porque cartas abertas são instrumentos políticos, o que não é o caso do texto

a alternativa E está incorreta porque na carta ocorre sim um olhar mais pessoal do autor.
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