• Matéria: Filosofia
  • Autor: LeneeS2
  • Perguntado 8 anos atrás

Para aristóteles e platão, a razão só existe a partir de que pincipio?

Respostas

respondido por: mhsconstrutorap5hvgx
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Quando Andrônico de Rodes organizou a obra de Aristóteles no Século I a.C, reunindo um grupo de manuscritos onde este filósofo grego investigava as causas primeiras, a metafísica já ocupava um lugar de destaque na história da filosofia ocidental. Sócrates, Platão e Aristóteles foram considerados os responsáveis pela ruptura com os pensadores da physis, que buscavam os fundamentos da natureza em um elemento físico primordial. Os filósofos metafísicos, como Heidegeer os chamava, passaram a buscar os fundamentos da realidade em um mundo além dos sentidos, percebido apenas pela razão. Essa filosofia primeira (proté philosophía, como a chamava Aristóteles), passou a ser chamada de metafísica (metaphisiké) por Adrônico de Rodes para classificar os estudos de Aristóteles sobre os objetos transcendentais, como Deus, a alma e o mundo, sendo conhecida por esse nome desde então. Contudo, a metafísica não visa um fim prático, mas o conhecimento dos princípios ou causas primeiras. Sendo uma ciência que tem um valor em si mesma, não dependendo de resultados práticos, é superior a todas as outras. Assim, Aristóteles acreditava que a filosofia primeira, a metafísica, era um conhecimento superior a todos os outros por pertencer aos deuses. Sendo os deuses imortais e além da condição humana, esta ciência seria também superior a todas as demais ciências. Mas é impossível que a Divindade seja ciumenta (na realidade, como diz provérbio, “os poetas proferem muitas mentiras”), nem tampouco devemos supor que qualquer outra forma de conhecimento seja mais preciosa do que essa, pois o que é o mais divino, é o mais precioso. Ora, só existem duas maneiras nas quais a ciência pode ser divina. Uma ciência é divina se for caracteristicamente posse da divindade, ou se disser respeito a assuntos divinos. E somente essa ciência preenche essas duas condições, pois todos creem que a Divindade seja uma das causas e um tipo de princípio e que a Divindade é quem possui exclusiva ou principalmente esse tipo de conhecimento. Consequentemente, ainda que todas as demais ciências sejam mais necessárias do que essa ciência, nenhuma é melhor do que ela. (ARISTÓTELES, 2006, p.49). Essa mudança em direção à metafísica deveu-se, em grande parte, ao problema do Ser que Platão acreditava não ter sido superado pelos filósofos pré-socráticos. Como posso afirmar que aquilo que era madeira é agora carvão? O que define o Ser de algo? Se esse algo se modifica constantemente, então o Ser também se modifica? Heráclito propôs o Ser como eterno devir, um constante vir a ser, como o mesmo homem que nunca se banha no mesmo rio. Outros filósofos pré-socráticos, como Tales de    Mileto, Anaximandro, Anaxímenes e Diógenes sustentaram que o princípio da natureza seria um elemento físico, como o fogo, a terra, a água e o ar. Grande parte do que hoje sabemos sobre esses filósofos devemos ao registro de Aristóteles, como o que segue:A maioria dos primeiros filósofos concebeu apenas princípios materiais para todas as coisas. Aquilo que todas as coisas consistem, de que procedem primordialmente, e para o que, por ocasião de sua destruição, são dissolvidas em última instância, permanecendo a essência, ainda que modificada por suas afecções – isso, dizem, é um elemento em princípio das coisas existentes. (ARISTÓTELES, 2006, p.49).


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