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A energia é um tema central no Brasil hoje. O desafio posto é a diversificação da matriz energética, centrada na base hídrica. O investimento em fontes renováveis é estratégico para o Nordeste, que tem escassez de água, mas tem vento e sol.
O Ceará tem avançado nesta área e já é autossuficiente, porque produz 2.300 megawatts e consome cerca de 1.600 MW. De energia renovável a produção, pelo fator de eficiência, fica em torno de 600 MW. Porém, o setor envolve produção, transmissão e distribuição.
Somente vai ser possível a atração de novos parques eólicos depois que for concluída a infraestrutura necessária, com a ampliação da rede básica e das subestações. Essa conexão vale para empreendimentos de diferentes fontes.
Um projeto do Governo Federal prevê a construção de um grande linhão que vai passar nos estados do Maranhão, Piauí e Ceará e deve ficar pronto até 2019. Esta obra vai possibilitar a retomada dos leilões e poderá gerar uma economia superior a 2 mil MW no Ceará. Vai possibilitar também investimentos superiores a R$ 50 bilhões, e geração de empregos para 80 mil pessoas no Estado.
Por isso, é importante que o Estado se vocacione para receber esta grande obra, mobilizando sua estrutura administrativa. A criação, pelo governador Camilo Santana, da Secretaria Adjunta de Energia, dentro da Secretaria de Infraestrutura, é fundamental nesta missão.
O secretário-adjunto Renato Rolim e sua equipe têm conduzido com eficiência essa articulação entre as instituições ligadas ao setor energético para atrair investimentos. A Secretaria participa do processo de planejamento, acompanha leilões, recebe e dialoga com investidores.
O próximo passo é a portabilidade da conta. O consumidor vai poder comprar energia da concessionária que vende mais barato. Esse é um mercado futuro, que demanda regulação e infraestrutura.
Na Câmara federal, participo da elaboração do Projeto de Lei 1917/2015, que trata da portabilidade da Conta de Luz. Por sua vez, as empresas terão que investir para atender a legislação, com processos de automação, em que os medidores poderão receber uma codificação para comercializar essa energia, como um cartão de crédito.
O desafio é regular e instrumentalizar. Portanto, fortalecer matrizes limpas aumenta a produção, barateia o custo e incrementa a segurança hídrica, liberando água para consumo humano e desenvolvimento econômico.