Respostas
que amava Maria que amava Joaquim que amava Lili,
que não amava ninguém.
João foi para os Estados Unidos, Teresa para o convento,
Raimundo morreu de desastre, Maria ficou para tia,
Joaquim suicidou-se e Lili casou com J. Pinto Fernandes
que não tinha entrado na história.
Este poema foi publicado em 1930, na sua primeira obra Alguma Poesia. Tem uma única estrofe com sete versos (redondilha maior), sem rimas ou sílabas métricas. O poema fala sobre os descompassos do amor, sobre os desejos não realizados e sobre o destino frustrando as expectativas de João, Teresa, Raimundo, Maria, Joaquim e Lili.
O amor não era correspondido a nenhuma destas personagens e por isso vão vivendo a sua tragédia pessoal: o exílio de João nos Estados Unidos e o de Teresa no convento, o desastre que matou Raiumundo, o título de tia imposto a Maria, o suicídio de Joaquim e o casamento de Lili com J. Pinto Fernandes que até aí não tinha nada a ver com a história.
Isto dá a impressão que o autor do poema, Drummond, não acreditava na felicidade que poderia provir de um casamento e apenas o encara como uma mera convenção social. Tanto que Lili, quem não amava ninguém, foi a única que casou - uma mera instituição ligada ao status e aos interesses financeiros.
Resposta:
Falta o poema... mas creio que seja esse...
Quadrilha é um poema de Carlos Drummond de Andrade, publicado em 1930, na sua primeira obra Alguma Poesia. Trata-se de uma célebre composição que fala sobre as dificuldades e os desencontros do sentimento amoroso.
Assim como em outros poemas do autor, aqui o que está em jogo é a solidão do sujeito no mundo e a sua dificuldade em estabelecer laços com aqueles que o rodeiam.
João amava Teresa que amava Raimundo
que amava Maria que amava Joaquim que amava Lili
que não amava ninguém.
João foi pra os Estados Unidos, Teresa para o convento,
Raimundo morreu de desastre, Maria ficou para tia,
Joaquim suicidou-se e Lili casou com J. Pinto Fernandes
que não tinha entrado na história.
Carlos Drummond de Andrade foi um dos poetas que integraram a segunda geração do modernismo brasileiro. Quadrilha, como outras composições do autor, incorpora algumas características do movimento: o verso livre, as formas populares, as temáticas do cotidiano e linguagem coloquial.
A princípio, este parece ser um poema de tom quase infantil que narra paixões adolescentes. O seu desfecho, no entanto, remete para a vida adulta e suas vicissitudes.
O título do poema parece ser uma referência à dança que virou tradição nas festas juninas brasileiras. Metaforizado pela quadrilha, o amor surge como uma dança onde os pares estão trocados e os sentimentos não são correspondidos.
Quase todos estão apaixonados e são alvo da adoração de alguém, mas as linhas parecem estar cruzadas e nenhum relacionamento cresce ou se concretiza.
Com uma perspectiva bastante pessimista, o sujeito poético retrata o amor como algo absurdo, uma espécie de jogo de sorte que apenas alguns têm a oportunidade de vencer.
De forma simples e usando exemplos concretos, do cotidiano, a composição ilustra o desespero do sujeito, e daqueles que os rodeiam, para quem o amor verdadeiro parece ser praticamente impossível.