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Em geral, dizemos que um invento foi inventado no dia que em foi feito o registro de seu pedido de patente. E o inventor fica sendo a pessoa que fez o pedido. Hoje compreendemos com clareza que essa atitude é, muitas vezes, uma imensa injustiça histórica. Em primeiro lugar porque, em geral, as descobertas não acontecem em um único dia, mas são fruto de um trabalho longo e árduo. Sobre isso, o genial Thomas Edison, que criou, entre outras coisas, a lâmpada incandescente, disse: “Gênio é um por cento inspiração e noventa e nove por cento transpiração”. Em segundo lugar, pode ser injusto dizer que a pessoa que fez o pedido de patente é o criador porque muitas vezes a criação é resultado da transpiração não de uma, mas de várias pessoas.
Em outubro comemoramos o aniversário oficial de uma das maiores invenções da humanidade. No dia dois de outubro de 1608, foi apresentado em Middelburg, na Holanda, o pedido de patente do instrumento que conhecemos hoje como luneta, ou telescópio refrator. O pedido foi apresentado pelo fabricante de óculos Hans Lipperhey, na foto a cima. Ele nasceu na Alemanha em 1570 e estabeleceu-se em Middelburg no ano de 1594. Naturalizou-se cidadão holandês em 1602. Seu nome é freqüentemente escrito com “s” antes do “h”, Lippershey, mas no documento do pedido de patente podemos ver a grafia original, sem o “s”.
Antes dele, entretanto, há várias referências de pessoas que escreveram sobre a possibilidade de se combinar lentes e construir um equipamento que fizesse objetos distantes parecerem mais próximos. Entretanto, parece não haver referências seguras sobre a construção do equipamento propriamente dito. Para citar um exemplo de referência sobre a possível construção de um telescópio, sabemos que em 17 de setembro de 1607, o astrônomo inglês Thomas Harriot observou um cometa que seria mais tarde conhecido como cometa Halley. Alguns historiadores dizem que ele o fez com o auxílio de um telescópio, mas não há confirmação disso.